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Semana começa com expectativa da saída de brasileiros da Ucrânia

Segundo o Itamaraty, cerca de cem brasileiros, registrados na lista da embaixada brasileira em Kiev, ainda estão em solo ucraniano

Brasília|Do R7, em Brasília

KC-390: possível missão na fronteira com a Ucrânia
KC-390: possível missão na fronteira com a Ucrânia

A semana se inicia com a expectativa sobre a retirada de cidadãos brasileiros do território ucraniano, que segue sob ataque da Rússia. A FAB (Força Aérea Brasileira) anunciou no sábado (26) que dois aviões KC-390 Millennium estão de prontidão para o transporte dessas pessoas. No entanto, ainda não foram divulgados pela FAB ou pelo Itamaraty detalhes sobre onde, quando ou como será feita a retirada. 

Neste domingo (27), a Embaixada do Brasil em Kiev, na Ucrânia, orientou os brasileiros a procurar abrigos seguros após um alerta aéreo ser declarado na capital ucraniana. "Um alerta aéreo foi declarado em Kiev! Pedimos a todos que sigam com urgência a um abrigo", informou a embaixada pelas redes sociais.

O Itamaraty afirmou em nota que até a noite de ontem, cerca de 80 brasileiros conseguiram sair da Ucrânia e ir para países fronteiriços, sobretudo Polônia e Romênia, com o apoio da embaixada brasileira. Segundo o comunicado, o plano de contigência do Itamaraty prevê a possibilidade de resgate quando as condições o permitirem. "Nos primeiros dias, ante a falta de condições de segurança, estamos implementando a evacuação segura e ordenada," diz a nota.

Ainda de acordo com o Itamaraty, até a noite deste domingo constavam registrados na lista da embaixada brasileira em Kiev cerca de cem brasileiros que permanecem em solo ucraniano. A comunidade brasileira na Ucrânia, antes do conflito, era estimada em aproximadamente 500 pessoas.


O Itamaraty afirma também que um grupo de trabalho foi formado na embaixada brasileira em Kiev para localizar e contatar brasileiros ainda na Ucrânia, com o apoio da embaixada em Varsóvia. O objetivo do grupo é verificar a situação pessoal dos cidadãos brasileiros, condições de segurança nos locais onde estão abrigados e possibilidades de eventual evacuação.

"Há funcionários da embaixada brasileira em Chernivtsi, perto da fronteira ucraniana com a Romênia. Diplomata da embaixada do Brasil na Romênia também se deslocou para a fronteira para auxiliar o traslado, em ônibus providenciado pela embaixada, de brasileiros para a capital, Bucareste", diz a nota.


De acordo com o Itamaraty, cerca de 250 brasileiros que estão na Ucrânia se registraram na embaixada em Kiev. O número corresponde à metade dos 500 cidadãos brasileiros que estão em território ucraniano. O país europeu foi invadido por tropas russas na última quinta-feira (24).

Prioridade são mulheres, crianças e idosos

Em comunicado, a embaixada informou que a "situação de segurança e de disponibilidade de transporte na cidade é instável e sujeita a mudanças repentinas, de modo que não é possível garantir a partida ou lugares suficientes. Prioridade deverá ser dada a mulheres, crianças e idosos”.


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Desde que os ataques começaram, brasileiros que vivem no país tentam fugir de trem em direção à Polônia ou à Romênia, seguindo recomendações da embaixada em Kiev. Na madrugada deste domingo, atletas brasileiros que atuam na Ucrânia relataram dias de terror após a invasão russa.

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O atacante Guilherme Smith, ex-Botafogo, que defende o Zorya, disse ter sido impedido de atravessar a fronteira com a Polônia após caminhar 60 km.

Bolsonaro comemora retirada de grupo de brasileiros

O presidente Jair Bolsonaro (PL) usou sua conta no Twitter neste domingo para comemorar a chegada de 37 brasileiros e dois uruguaios a Bucareste, na Romênia, vindos de várias regiões da Ucrânia. Entre eles estão jogadores do Shakhtar Donetsk e seus familiares.

Ele explicou que a Embaixada do Brasil estabeleceu um posto avançado na fronteira com a Moldova (caminho entre Kiev e Romênia) para recepcionar os brasileiros "que porventura cheguem desgarrados por aquela região fronteiriça".

Declaração do MRE

Em declaração divulgada na noite deste domingo, pelo MRE (Ministério das Relações Exteriores), o representante permanente do Brasil junto às Nações Unidas, embaixador Ronaldo Costa Filho, afirmou que "o Brasil já deseja expressar sua gratidão à Polônia, Eslováquia, Hungria, Moldávia, Romênia e [a] outros [países] que estão facilitando a saída de pessoas que fogem do conflito, em especial brasileiros e latino-americanos".

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