Brasília Senado aprova regulamentação do mercado de carbono no país

Senado aprova regulamentação do mercado de carbono no país

Projeto regula empresas que emitem mais de 10 mil toneladas de poluentes ao ano; texto segue direto para a Câmara dos Deputados

  • Brasília | Camila Costa, do R7, em Brasília

Texto segue para a Câmara dos Deputados

Texto segue para a Câmara dos Deputados

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A Comissão de Meio Ambiente do Senado aprovou nesta quarta-feira (4) o projeto de lei que regulamenta o mercado de carbono no Brasil. O texto foi aprovado por unanimidade pelos senadores do colegiado após negociações com o mercado do agronegócio e da indústria. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, acompanhou a votação presencialmente no Congresso.

“Esse é um acordo construído com vários setores, que vai agora para a Câmara. A expectativa que nós temos na Câmara, já conversamos, inclusive, com o relator, Sergio Souza, é trabalhar para que possa ser votado rápido”, afirmou o ministro.

No mercado de carbono, o objeto em venda é a remoção da atmosfera dos gases causadores do efeito estufa. Pela capacidade de produção de energia limpa e de reflorestamento, o Brasil tem vantagem na geração de créditos desse tipo.

O governo quer desenvolver capacidade de monitoramento e de certificação própria para não depender de atuação de agências externas. Para isso, propõe criar o Sistema Brasileiro do Comércio de Emissões, definindo limite de emissão a partir de 10 mil de toneladas de carbono equivalente/ano. Quando as emissões ultrapassarem 25 mil toneladas ao ano, as empresas deverão enviar relato de conciliação periódica de obrigações.

O texto foi aprovado em caráter terminativo, ou seja, não precisará ser aprovado pelo plenário e seguirá direto para a Câmara dos Deputados. O governo federal participou das negociações para aprovar o projeto desde o começo das tratativas e espera agora uma votação célere na Câmara. 

A estimativa do governo é de que cerca de 4.000 instalações fiquem sujeitas ao mercado regulado, se considerado o recorte de emissões acima de 25 mil toneladas. Entram na conta segmentos da indústria, de energia, de resíduos e um residual de agro.

“Esse sistema brasileiro está entre uma das prioridades da agenda de segundo semestre do nosso governo junto ao Congresso Nacional e está naquele eixo da transição ecológica. Viemos aqui para saudar o acordo construído ontem no próprio Palácio do Planalto, onde tivemos uma reunião no nosso gabinete e fechamos os termos desse acordo”, declarou Padilha.

Para a relatora do projeto, senadora Leila Barros (PDT-DF), a aprovação do projeto foi desafiadora, principalmente nas negociações com os setores interessados na proposta como o do agronegócio.

A proposta, originalmente do governo, foi alterada após negociações com os setores, na tentativa de atender o pleito do setor agrícola. A principal mudança foi a retirada das atividades agrícolas primárias da regulamentação. “Entendendo que não precisávamos nesse momento criar um cavalo-de-batalha, em uma situação que poderia ser muito bem pacificada através do diálogo. E foi isso que buscamos o tempo todo. Fico muito tranquila porque foi um projeto construído a várias mãos”, afirmou a senadora.

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