Senado discute flexibilização de posse e comércio de armas de fogo
Projeto de lei que flexibiliza posse e endurece penas para crimes cometidos com armas de fogo está na pauta da CCJ desta quarta
Brasília|Do R7, em Brasília
A Comissão de Constistuição e Justiça (CCJ) do Senado discute nesta quarta-feira (29) um projeto que pode flexibilizar a posse e o comércio de armas de fogo, além de endurecer as penas para crimes cometidos com elas. O tema voltou à pauta da comissão, que vai debater um projeto de lei (PL) que altera o Estatuto do Desarmamento.
O PL também dispõe sobre o Sistema Nacional de Armas (Sinarm) e a definição de crimes. O texto foi apresentado há quatro anos pelos senadores Major Olimpio (falecido em 2021) e Fernando Bezerra Coelho (fora de exercício), com apoio de Soraya Thronicke (União-RJ) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
O projeto tinha previsão de ser analisado pela CCJ em 15 de março, mas a senadora Mara Gabrilli (PSD-SP) solicitou a retirada do assunto da pauta, sob o argumento de que o atual cenário — que ela chamou de "alarmante” — enseja um debate mais amplo sobre a proposta. Na opinião da parlamentar, é indispensável ouvir a população e também os especialistas.
O senador Flávio Bolsonaro pediu que o projeto seja votado quanto antes, já que o tema envolve “diversos setores dentro do serviço público e da sociedade”. "Acho importante votar logo esse relatório, porque, senão, daqui a pouco quem está legislando sobre esse assunto é o Supremo, de novo", especulou.
O projeto original altera a lei de 2003, ao tratar, entre outros assuntos, do registro, da posse e da comercialização de armas de fogo e munição e do Sistema Nacional de Armas (Sinarm), além de aumentar as penas para crimes cometidos com armas e abordar temas referentes aos CACs (colecionadores, atiradores e caçadores).
O relator do projeto, o senador Alessandro Vieira (PSDB-SE), apresentou um texto substitutivo e acolheu quatro emendas que endureceram algumas das penas por crimes cometidos com armas de fogo. São penas para os crimes de omissão de cautela, porte ilegal de arma de fogo, disparo de arma de fogo, comércio ilegal e tráfico internacional de armas, entre outros.
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O projeto de lei também dá a mais grupos o direito de porte e posse de armas. Se aprovado, passam a ter esses direitos os servidores inativos das Forças Armadas e das Forças de Segurança, agentes de trânsito, membros das defensorias públicas, servidores do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), oficiais de Justiça e policiais legislativos estaduais e distritais, entre outros.