Senadora tetraplégica consegue caminhar usando 'vestimenta inteligente'; veja vídeo
Mara Gabrilli foi aos Estados Unidos conhecer o exoesqueleto, equipamento criado para a reabilitação de pessoas com deficiência
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
A senadora Mara Gabrilli (PSD-SP) experimentou um equipamento capaz de suportar pessoas com deficiência física em pé e permitir a elas que caminhem com os braços livres. O instrumento é chamado de exoesqueleto. A parlamentar, que é tetraplégica, foi aos Estados Unidos testar o suporte com o objetivo de firmar uma parceria para trazer a tecnologia ao Brasil.
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O exoesqueleto dispensa andadores e é uma espécie de vestimenta inteligente que permite ao usuário se inclinar, sentar e levantar, andar de frente, de costas e de lado e também subir degraus.
"Não sou a mesma pessoa depois de testar esse equipamento. São 28 anos desafiando a inércia e a gravidade desde que quebrei o pescoço", declarou Gabrilli. A senadora ficou tetraplégica ao sofrer um acidente de carro, quando tinha 26 anos.
Com fisioterapia e exercícios físicos, ela conseguiu recuperar o movimento parcial dos braços, o que a permite pilotar a própria cadeira de rodas. "Sempre trabalhei para resgatar movimentos. Chegar ao momento de andar com o auxílio de uma tecnologia que usa a força do meu próprio corpo é a prova de que todo o esforço valeu a pena. É um universo de possibilidades que se abre", completou.
O exoesqueleto, batizado de Atalante, é uma tecnologia voltada para a reabilitação de pessoas com deficiência, possibilitando a locomoção de quem perdeu movimentos do corpo. Ele atende, por exemplo, pessoas com sequelas de acidente vascular cerebral (AVC), lesão medular, Parkinson, esclerose e traumatismo craniano.
O Atalante foi desenvolvido por três estudantes de engenharia que fundaram, em 2012, a startup francesa Wandercraft. Por enquanto, a tecnologia permite movimentos em múltiplas direções, e a ideia é desenvolvê-la para possibilitar ao usuário a realização de tarefas do dia a dia com mais autonomia.
A médica e professora Linamara Rizzo Battistela, coordenadora da Rede Lucy Montoro de Reabilitação, a maior rede do tipo em São Paulo, esteve com Gabrilli para acompanhar os testes. Esse é um primeiro passo para tentar uma parceria e trazer o Atalante para o Brasil, segundo ela.
"É uma referência importante para criarmos equipamentos que atendam hoje quem não tem acesso a serviços de saúde e reabilitação, pensando num conceito muito mais amplo, que é o de longevidade e qualidade de vida", afirmou a médica.