Servidores do STF se reúnem com o Governo do DF para discutir 7 de Setembro
Representantes da Corte vêm se reunido com diversos órgãos para discutir manifestações deste ano em Brasília
Brasília|Renato Souza e Sarah Teófilo, do R7, em Brasília
Servidores do Supremo Tribunal Federal (STF) vão se reunir nesta segunda-feira (22) com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal para discutir as manifestações do próximo 7 de Setembro. A Corte está preocupada com a segurança dos ministros e com a integridade do prédio do Supremo.
No ano passado, manifestantes a favor do governo fizeram protesto na Esplanada dos Ministérios em que pediam o fechamento do STF e do Congresso Nacional. Um dia antes, a Polícia Militar fechou parte do acesso à via, mas o bloqueio foi furado por caminhoneiros. Na época, outro bloqueio foi colocado próximo ao Congresso, ao STF e ao Palácio do Planalto, para impedir que manifestantes avançassem para a Praça dos Três Poderes.
O 7 de Setembro é visto como um momento de risco elevado para o Supremo, tanto no quesito integridade dos ministros e do prédio, quanto da imagem da Corte. A reportagem apurou por meio de fontes no tribunal que a área de segurança da Corte tem se reunido com autoridades de diversos órgãos — como Secretaira de Segurança Pública do Distrito Federal, Congresso Nacional e Detran-DF — para discutir as manifestações do próximo mês.
Um dos objetivos é impedir que o bloqueio para carros na Esplanada seja furado pelos caminhões, como ocorreu no ano passado. A ideia é identificar os manifestantes que estão vindo de fora de Brasília, bem como orientar (no caso dos veículos) onde vão ficar, evitando que permaneçam estacionados nos ministérios ou que cheguem próximo à Praça dos Três Poderes, como ocorreu em 2021. Além dessas ações, o STF trabalha com a segurança dos ministros em suas casas.
As manifestações do 7 de Setembro são uma preocupação de muitas autoridades devido à proximidade com as eleições deste ano e ao clima que tomou o país na data no ano passado. Em 2021, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), chamou a população para se manifestar e discursou em Brasília e em São Paulo.
Em suas falas, ele fez críticas diretas ao ministro Alexandre de Moraes, a quem chamou de "canalha", e disse que as manifestações eram um "ultimato" a todos da Praça dos Três Poderes. O tom do discurso do presidente gerou reação no país, e Bolsonaro teve que divulgar uma carta, intitulada "Declaração à Nação", dois dias depois. A carta foi redigida pelo ex-presidente Michel Temer (MDB).