Três advogados deixam a defesa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
Esta é a segunda vez que profissionais desistem da defesa do militar do Exército desde que ele foi preso, em maio deste ano
Brasília|Emerson Fonseca Fraga e Hellen Leite, do R7, em Brasília
Três advogados desistiram de fazer a defesa do tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). Bernardo Lobo Muniz Fenelon, Bruno Tadeu Buonicore e Raíssa Frida Isac trabalhavam no caso de Cid desde maio, quando ele foi preso pela Polícia Federal. A informação do desfalque no time que defendia o militar foi confirmada ao R7 neste domingo (13).
Esta é a segunda troca de advogados no caso de Mauro Cid desde que o militar foi preso. Uma semana após ele ter sido detido, em 3 de maio, Rodrigo Roca abandonou o caso, sendo substituído por Fenelon.
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Mauro Cid foi preso por falsificação de cartões de vacinação, em maio. Na ocasião, a Polícia Federal descobriu que o militar havia fraudado os cartões de vacina de Jair Bolsonaro, da filha adolescente do ex-presidente e de outras pessoas do entorno dele.
No entanto, os desdobramentos da investigação reveleram que Mauro Cid estava envolvido em outros supostos crimes, como no caso do sumiço das joias sauditas, que culminou na Operação Lucas 12:2, deflagrada pela Polícia Federal na última sexta-feira (11). A ação investiga a tentativa de venda ilegal de presentes entregues ao ex-presidente Bolsonaro por outros países.
Nesse caso, além do ex-ajudante de ordens, também são investigados o pai de Mauro Cid, o general da reserva do Exército Mauro Lourena Cid, o tenente Osmar Crivelatti e o advogado da família Bolsonaro Frederick Wassef. Eles são suspeitos de negociar e vender joias e presentes oficiais recebidos pelo ex-presidente.
De acordo com a PF, eles teriam utilizado "a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado, por meio da venda desses itens no exterior".
As quantias obtidas com essas operações "ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados por meio de pessoas interpostas e sem usar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, a localização e a propriedade dos valores". A Polícia Federal não informou o valor que os suspeitos teriam obtido com a venda dos itens.