TSE abre urna e explica processo eleitoral a alunos de escola pública
Iniciativa inédita ocorre na próxima segunda (2); urna será aberta a 300 estudantes do Centro de Ensino Médio do Gama, no DF
Brasília|Lucas Nanini, do R7, em Brasília
Alunos do Centro de Ensino Médio do Gama, no Distrito Federal, vão saber como é o funcionamento de uma urna eletrônica e qual a importância do equipamento no processo eleitoral, na próxima segunda-feira (2). O evento “Por dentro da urna” vai permitir que os estudantes vejam cada componente do aparelho usado nas eleições, entendam como é a contabilização dos votos e conheçam os dispositivos que garantem a segurança da votação.
A experiência é uma atividade inédita do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Serão duas apresentações, para 300 pessoas — 150 em cada turma, para manter o distanciamento de acordo com o tamanho do auditório do centro educacional.
Quem vai explicar aos alunos como é a urna eletrônica é o coordenador de Tecnologia Eleitoral do TSE, Rafael Azevedo. Ele vai abrir a urna, mostrar os componentes e esclarecer dúvidas sobre o processo de votação e o sistema informatizado da Justiça Eleitoral. Os alunos também saberão como a corte tem se organizado para o pleito de outubro deste ano.
Segundo o TSE, a iniciativa deve ser levada para mais escolas do DF e também para espaços públicos da capital. A medida faz parte de uma campanha de comunicação para que a população tenha mais confiança na segurança de todo o processo eleitoral.
Novas urnas
Até a semana passada, o TSE havia recebido 127 mil novas urnas eletrônicas para as eleições de 2022. Outras 4.500 estavam a caminho dos depósitos da Justiça Eleitoral. Ao todo, 225 mil novos equipamentos devem ser entregues até julho deste ano.
As eleições de 2022 terão 577.125 urnas — quase metade é do modelo novo, com mais dispositivos de segurança. As peças antigas receberam um hardware para torná-las mais seguras — elas poderão executar apenas programas desenvolvidos pela equipe do tribunal.
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Os equipamentos novos foram adquiridos pelo TSE por meio de licitação. A empresa Positivo Tecnologia, responsável por fabricar as novas máquinas, foi escolhida em outubro do ano passado. A mudança ocorreu para incluir medidas de segurança e de celeridade.
O processador, do tipo SOC (System on a Chip), é 18 vezes mais rápido que o modelo 2015. O projeto da urna eletrônica é 100% nacional e já foi exportado para mais de 50 países. Por essa razão, a Secretaria de Tecnologia do TSE acompanha os novos equipamentos. A expectativa é que o registro do voto e a apuração da eleições fiquem mais rápidos por causa da velocidade de processamento dos novos modelos.
Voto eletrônico
A primeira votação em urna eletrônica no Brasil ocorreu em 1998. Desde então, o modelo das urnas foi atualizado 11 vezes, com a compra de novos equipamentos. A última aquisição ocorreu em 2020. Mesmo com modelos mais antigos, ainda é possível atualizar o software — programa instalado na urna para computar os votos.
Neste ano, as peças mais antigas são de 2009. Em máquinas anteriores a essas não é possível atualizar o sistema com as novas medidas de segurança, por isso o uso delas foi descartado. A atualização ocorre para evitar fraudes e rebater críticas ao sistema. O presidente Jair Bolsonaro tem repetido de maneira reiterada que os equipamentos não são seguros e que houve irregularidades nas votações passadas.