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UBS nega vacinar idosa de 101 anos em carro e neto a leva nos braços

Neto conta que ela havia recebido a primeira e segunda doses no estacionamento, no DF, o que não ocorreu na dose de reforço

Brasília|Alan Rios, do R7, em Brasília

Neto de idosa reclama de procedimento diferente para aplicação de dose de reforço
Neto de idosa reclama de procedimento diferente para aplicação de dose de reforço Neto de idosa reclama de procedimento diferente para aplicação de dose de reforço

Uma senhora acamada, de 101 anos, passou por dificuldades para se vacinar contra a Covid-19 nesta quarta-feira (22) na UBS (Unidade Básica de Saúde) 3 do Recanto das Emas. Com a recusa dos profissionais de saúde de aplicarem o imunizante no carro em que ela estava, no estacionamento, a idosa teve que ser levada pelo neto nos braços para receber a dose de reforço.

Ao R7, a Secretaria de Saúde informou que pedia desculpas pelo ocorido e que problemas com o manejo da vacina foram a razão para não vacinar a idosa no estacionamento (veja ao final desta reportagem).

“Foi algo humilhante, contra uma pessoa de 101 anos que contribuiu para a sociedade a vida inteira, pagou impostos, e hoje está acamada, sofre de Alzheimer avançado”, conta o neto, Erick Farias, 34. Ele relata que os profissionais de saúde haviam ido até o estacionamento e aplicado a vacina na idosa nas datas da primeira e da segunda dose do imunizante, dentro do carro.

Porém, com a abertura de aplicações da dose de reforço em idosos acima de 85 anos, não houve o mesmo procedimento. “Tenho vídeos e fotos que mostram como foi tranquilo nas duas primeiras vezes, na mesma UBS. Conversei com a enfermeira, ela entendeu a situação e foi até o carro. Hoje [quarta], fui fazer a mesma coisa, pedi para entrar no estacionamento e aplicarem lá, mas uma técnica já chegou dizendo que lá não era drive-thru.”

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Segundo consta no site da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, somente um posto de vacinação tem o formato drive-thru para doses de reforço em idosos acima de 85 anos. Ele fica no Gama, distante quase 20 quilômetros da cidade da idosa, moradora do Recanto das Emas.

“A coordenadora da UBS conversou comigo de uma forma arrogante, mesmo eu falando da idade e do quadro de saúde da minha avó. Me falaram que eu tinha que ir para outro lugar, com drive-thru, sendo que ela não aguenta ficar no carro dez minutos. Foi falta de empatia”, argumenta Erick.

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Outro lado

Procurada, a Secretaria de Saúde enviou uma nota ao R7 afirmando que não é recomendado o transporte de vacinas para outros locais.

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“A Diretoria de Atenção Primária da Região Sudoeste pede desculpas pelo ocorrido e reforça que todas as devidas orientações sobre casos específicos de atendimento são repassadas para as equipes de saúde. É importante destacar que as vacinas necessitam de manejo e acondicionamento adequados, devendo permanecer na temperatura indicada pelo fabricante e não sendo recomendado o transporte em bandejas para aplicação em outro local”, destaca.

A pasta também ressalta que “a equipe prontamente ofereceu uma cadeira de rodas para transportar a paciente até o local de aplicação da dose”, o que teria sido recusado pelo familiar, segundo a Secretaria. O neto da idosa negou que tenha sido oferecida uma cadeira de rodas e informou que abriu uma reclamação formal na Ouvidoria contra os envolvidos.

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