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R7 Brasília

Vídeo: polícia prende Valério Neves, ex-secretário da CLDF, por suspeita de mandar matar duas pessoas

Neves é ex-secretário-geral da Câmara Legislativa do DF; crime teria sido motivado por desavença na instalação de uma cerca

Brasília|Jéssica Moura, do R7, em Brasília

Após policiais civis de Goiás terem realizado a prisão na terça-feira (12), o Ministério Público de Goiás apresentou denúncia contra o ex-secretário-geral da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) Valério Neves por envolvimento em um duplo homicídio, na área rural de Goiás. Neves foi encaminhado para a 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), de onde seguiu para a carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE), e aguarda a decisão da Justiça.

Ex-secretário Valério Neves, escondido no sótão
Ex-secretário Valério Neves, escondido no sótão

Segundo as investigações — que começaram em fevereiro de 2020 —, Neves é suspeito de ser o mandante dos assassinatos de dois trabalhadores rurais em Cavalcante (GO). As vítimas eram empregadas na fazenda vizinha à propriedade dele.

A proprietária da terra vizinha à fazenda de Neves tinha se mudado para o local pouco antes do crime. Ela combinou com Neves que construiria parte da cerca. A outra metade ficaria por conta dele. Para o serviço, Neves contrataria os dois trabalhadores da fazenda dela.

Contudo, segundo o delegado Adriano Cardoso, da Polícia Civil de Goiás, Valério Neves estaria insatisfeito com o acordo. "Ele achava que a cerca não estava no local certo", disse Cardoso. Por isso, Neves teria ordenado ao gerente da fazenda que executasse os dois trabalhadores.


O crime

"Os dois autores chegaram à fazenda em uma motocicleta preta, por uma estrada vicinal que passava por um córrego", relatou o delegado. A estrada não era o caminho principal para a fazenda e era conhecida apenas por moradores da região. Ainda segundo o delegado, o objetivo dos suspeitos era surpreender as vítimas, chegando ao local pela parte de trás.

Ao se depararem com os dois rapazes, os suspeitos teriam efetuado mais de dez disparos de uma pistola calibre .38. "Deu tempo de recarregar. Uma munição intacta foi encontrada na cena. Eles não tiveram chance", ressaltou o delegado. Depois, o suspeito apontado como autor dos disparos — que é gerente da fazenda de Valério — foi até a sede da fazenda para informar a proprietária da morte dos funcionários. 


O crime ocorreu por volta do meio-dia, mas o suspeito só procurou a proprietária da fazenda no fim da tarde para informá-la das mortes. Segundo a polícia, ele já respondia a um processo por homicídio e alegou que temia ser apontado como suspeito se procurasse a mulher imediatamente após as execuções. O suspeito contou à dona da propriedade que os trabalhadores foram executados, e que ele conseguiu fugir. O homem chegou a insistir que ela fosse com ele para ver os corpos. Segundo o delegado, a suspeita é que ele pretendia matá-la também.

Investigação

A versão não convenceu a mulher nem a polícia. O delegado questionou a razão pela qual os autores do crime deixariam uma testemunha escapar. Com o aprofundamento das investigações, os policiais localizaram, na fazenda de Valério, a moto usada no crime. Mesmo com a prisão temporária decretada, na época, ele não se pronunciou sobre a ocorrência.


No entanto, outro funcionário da fazenda de Valério relatou a uma testemunha que sabia do acordo e que o mandante seria Valério, seu patrão. Na delegacia, ele confirmou o que disse. "A testemunha ouvida prestou depoimento com riqueza de detalhes", afirmou o delegado.

Prisão

A Justiça decretou a prisão preventiva de Valério Neves. O mandado foi cumprido na terça-feira (12). Ele foi localizado na casa onde vive, no Lago Sul. Ao chegar ao local, o delegado pediu à esposa de Valério que deixasse os agentes entrar na casa. A negociação durou quase 20 minutos. "Não queríamos entrar à força", relatou o delegado.

A mulher, no entanto, negou que Valério estivesse em casa. "Fizemos as buscas dentro da casa porque tínhamos conhecimento de que ele estava lá dentro. Estávamos vigiando os passos do suspeito", disse o delegado. A polícia iniciou as buscas e o localizou escondido no sótão. Ao ser encontrado e indagado sobre o motivo de estar escondido no sótão, Neves respondeu: "Não quero me expor". Ele não resistiu à prisão.

Em vez de ser levado para Cavalcante, onde fica a delegacia e onde está situada a fazenda, o ex-secretário da CLDF ficou inicialmente detido na 10ª DP, no Lago Sul. Segundo o delegado, Neves já foi ouvido na delegacia, mas permaneceu em silêncio.

Valério Neves e os dois suspeitos de terem executado o crime devem responder por duplo homicídio por motivo torpe e sem chance de defesa da vítima.

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