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Aceleramos o Renault Kwid, novo popular nacional da marca que substitui o Clio

Rival de Mobi e Up parte de R$ 29.990 e quer quebrar padrões

Carros|Diogo de Oliveira, do R7

Motor 1.0 três cilindros gera 70 cv de potência e 9,8 kgfm de torque máximos
Motor 1.0 três cilindros gera 70 cv de potência e 9,8 kgfm de torque máximos Motor 1.0 três cilindros gera 70 cv de potência e 9,8 kgfm de torque máximos

O que faz um carro ser popular? Preço? Economia de combustível? Segurança é um aspecto frágil, sem dúvida. Tecnologia também. Design é mais subjetivo. E aí? Mudar um padrão é algo complicado na indústria de carros, por diversos motivos, mas é justamente o que propõe o Renault Kwid, novo popular da marca francesa que chega em agosto às lojas de todo o País. Com porte de SUV e visual bem resolvido, o substituto do hatch Clio promete revolução em vários quesitos, a começar pelos preços: a versão de entrada Life 1.0 parte de R$ 29.990, e a topo de linha Intense 1.0 estreia a R$ 39.990. São valores acessíveis e até agressivos, tal como deve ser em um carro "popular".

Renault trabalhou neste compacto, de modo a torná-lo referência em consumo
Renault trabalhou neste compacto, de modo a torná-lo referência em consumo Renault trabalhou neste compacto, de modo a torná-lo referência em consumo

Mas o que o Kwid tem além do preço? Bom, a Renault trabalhou exaustivamente neste pequeno-grande compacto, de modo a torná-lo referência em consumo, segurança, espaço e custo/benefício. Depois de fracassar no crash-test indiano, o Kwid foi quase todo modificado para o mercado brasileiro. Trocou 80% dos componentes e recebeu 30% de aços reforçados em sua estrutura, que é global e originará outros modelos nos próximos anos. Além da plataforma mais rígida, o Kwid nacional, produzido em São José dos Pinhais, Paraná, sai de fábrica com dois pontos de fixação Isofix para cadeirinhas infantis e quatro airbags, frontais e laterais, em todas as versões. É o primeiro da categoria a oferecer esta oferta.

Fracassando no crash-test indiano, o Kwid foi quase todo modificado para o Brasil
Fracassando no crash-test indiano, o Kwid foi quase todo modificado para o Brasil Fracassando no crash-test indiano, o Kwid foi quase todo modificado para o Brasil

O crossover também aposta em uma cabine generosa para as suas proporções. O Kwid tem o mesmo entre-eixos (2,42 metros) do Up, mas é 8 cm mais comprido que o rival da Volkswagen. A comparação com o Mobi é ainda mais favorável ao Renault: o hatch pequeno da Fiat tem curtinhos 2,31 m de entre-eixos. O resultado reflete no porta-malas, com até 290 litros (o maior do trio) — são 280 l no Up e 230 l no Mobi. Com maior amplitude, a cabine do Kwid teoricamente oferece espaço para até cinco adultos. Porém, importante pontuar que três adultos no banco traseiro podem ficar apertados. Na pratica, o banco de trás é ideal para dois adultos. Visualmente, a grande surpresa é o bagageiro, pelo tamanho do modelo.

Kwid tem o mesmo entre-eixos (2,42 metros) do Up
Kwid tem o mesmo entre-eixos (2,42 metros) do Up Kwid tem o mesmo entre-eixos (2,42 metros) do Up

Além do espaço interno amplo, o Renault Kwid possui características reais de utilitário esportivo, tais como altura em relação ao solo (compatível por exemplo com o líder dos SUVs, Honda HR-V) e os ângulos de entrada e saída. A posição de dirigir é naturalmente impactada, e o motorista e o passageiro ficam mais verticais, transmitindo a sensação de se estar em um carro com centro de gravidade mais alto. Esse conjunto de características acabou por enquadrar o Kwid como SUV – o modelo inclusive será classificado como utilitário esportivo no próprio documento. A Renault aposta alto nessa imagem de SUV, uma vez que a categoria vive uma explosão nas vendas.

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Rádio com Bluetooth e USB acrescenta R$ 400
Rádio com Bluetooth e USB acrescenta R$ 400 Rádio com Bluetooth e USB acrescenta R$ 400

Só que o Kwid é popular, e, como o termo sugere, precisava de uma mecânica que o colocasse como referência em economia de combustível. Pois bem, a Renault lançou em 2016 a nova família de motores SCe (sigla de Smart Control Efficiency ou Controle Inteligente de Eficiência), e o pequeno SUV estreia uma nova variante de 1.0 litro, com duplo comando e menos potência e torque na comparação com o 1.0 de três cilindros lançado na dupla Sandero e Logan. No caso do Kwid, o 1.0 3C gera potências de 66 cv e 70 cv a 5.500 rpm, e torques de 9,4 kgfm e 9,8 kgfm a 4.250 rpm, sempre com gasolina e etanol, nesta ordem. Com este rendimento, a Renault anuncia que o Kwid tem a melhor relação peso/potência do segmento, e o melhor consumo misto da categoria com gasolina: 15,2 km/l segundo o Inmetro (Nota A).

Por dentro, o modelo chama a atenção pelo capricho no acabamento
Por dentro, o modelo chama a atenção pelo capricho no acabamento Por dentro, o modelo chama a atenção pelo capricho no acabamento

Para o pacote ficar completo, era necessário que o Kwid oferecesse ainda um acabamento bacana e um cardápio atraente de equipamentos. Pois bem, a Renault vai para a disputa com três configurações. A de entrada (Life) é voltada a frotistas. Não tem direção elétrica nem ar-condicionado, itens opcionais a partir de outubro. Para os consumidores comuns, haverá a opção intermediária Zen (R$ 34.990) e a topo de linha Intense (R$ 39.990). A primeira é mais enxuta, tem ar, direção, vidros e travas, além de preparação para som. O rádio com Bluetooth e USB acrescenta R$ 400. Já a mais cara vem com rodas de liga aro 14, faróis de neblina e cinco apoios de cabeça. Na estreia, o Kwid Intense virá com o Pack Connect, que acrescenta a central multimídia Media NAV, com tela touch de sete polegadas, além de retrovisores elétricos e chave do tipo canivete.

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Primeiras impressões

Para um carrinho popular, que estreia com preços agressivos, o Kwid surpreende bastante. Por fora, a dianteira avantajada o faz parecer maior do que é. A carroceria é cheia de músculos e tem altura elevada em relação ao solo, o que realça a proposta de ser um SUV. Por dentro, o modelo chama a atenção pelo capricho no acabamento. As peças são bem recortadas e os plásticos transmitem boa qualidade, com ótimos encaixes e texturas agradáveis. Por outro lado, isso não significa luxo, pelo contrário. Tudo na cabine do Kwid é bastante simples. Há parafusos aparentes e pouca variação dos materiais. A versão topo de linha Intense, claro, é a mais bacana de todas. Oferece molduras e detalhes coloridos no painel — é a mais "cool".

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Direção é leve e oferece respostas bem diretas, mas as acelerações são modestas
Direção é leve e oferece respostas bem diretas, mas as acelerações são modestas Direção é leve e oferece respostas bem diretas, mas as acelerações são modestas

O design lembra muito o padrão visto na dupla Sandero e Logan. A porção central do painel é destacada e carrega o rádio ou a tela multimídia, no caso da versão Intense. Ali também ficam os controles do ar-condicionado. Tudo no Kwid é muito simples e intuitivo. Na comparação com o modelo indiano, foi descartado o quadro de instrumentos projetado em um visor monocromático. Para o Kwid brasileiro foi adotado um quadro mais completo e convencional, com velocímetro e conta-giros (a partir da Zen). Um dos destaques no pequeno SUV é o volante reduzido, que dá um charme e tem excelente encaixe. Pena que não há ajuste de altura, nem de profundidade — que ajuda demais a encontrar a melhor posição.

Ao volante, como um carro popular, está absolutamente dentro da proposta
Ao volante, como um carro popular, está absolutamente dentro da proposta Ao volante, como um carro popular, está absolutamente dentro da proposta

Ao volante, o Kwid pode dividir opiniões. Como popular, está absolutamente dentro da proposta. É um dos mais leves do mercado (apenas 780 kg) e tem um rodar agradável — apesar de barulhento e vibrante. A relação peso/potência (11,1 kg/cv) é praticamente a mesma do Up. Só que a Renault optou por reduzir a performance do 1.0 tricilíndrico, e o popular não empolga. A direção é gostosa e oferece respostas bem diretas, mas as acelerações são modestas. Mesmo sem se ressentir de potência e torque, o Kwid não produzirá rompantes, nem se levado ao limite de giros. A equação da Renault pode parecer equivocada, mas a marca priorizou o baixo consumo e até mesmo aspectos como manutenção.

Nesse sentido, o Kwid chega como referência em vários quesitos, mas não em desempenho. É aquela velha história: na ponta do lápis, o Renault é quase imbatível. Se a estratégia da marca vai dar certo, ninguém sabe. No caso do público brasileiro, a compra do carro costuma ser guiada em boa parte pela emoção. Visualmente e dentro da cabine, o Kwid convence. No bolso também. Resta saber se ganhará o coração dos brasileiros no volante. Como produto, o Kwid parece a escolha perfeita daqueles que buscam um carro absolutamente urbano, para o dia a dia na cidade. Se esta for a necessidade, não haverá desapontamento. Mas o é essencial entender a proposta do modelo. Afinal, o Kwid é um popular na essência.

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