Para manter liderança, Honda lança Civic 2015 com mudanças discretas por R$ 65.890

Em 22 anos de Brasil, o Honda Civic nunca vendeu tanto quanto na atual geração — a 9ª do modelo. Já são mais de 120 mil unidades emplacadas desde o lançamento, em janeiro de 2012. Por isso, a montadora japonesa seguiu sua filosofia conservadora e optou por não mexer muito no atual campeão de vendas. Na segunda quinzena de junho, chega às lojas o Civic 2015, com mudanças bem discretas e preços reajustados, com inicial de R$ 65.890.

A principal alteração estética é a nova grade frontal, agora com um arco cromado que simula um sorriso. Ainda na dianteira, os faróis de neblina estão redondos e não mais elípticos. Nas laterais, novas rodas de liga leve diamantadas (aro 17) aguçam a esportividade, ao mesmo tempo em que melhoram a economia de combustível, calçadas com pneus mais finos e de baixa resistência à rolagem — que melhoram o consumo.

Por dentro, a Honda limitou-se a refinar o ambiente. Antes com tons de cinza, a cabine passa a combinar cinza e preto, numa tentativa de transmitir maior esportividade e requinte a bordo. Embora não tenha recebido qualquer alteração visual, o painel e o forro das portas agora tem a parte superior preta com textura agradável, para contrastar com a parte inferior cinza clara. Detalhes cromados completam o pacote de atualizações.

Curiosamente, só o Civic LXR (intermediário) terá as mudanças externas. Na versão de entrada LXS, a renovação aparece só na mecânica: o motor 1.8 16V i-VTEC (140 cv) passa a ter o sistema Flex-One, que elimina o tanquinho auxiliar de gasolina para a partida a frio. A tecnologia — que aquece o etanol diretamente no sistema de injeção a temperaturas inferiores a 18°C — estreou em janeiro de 2013, no lançamento motor 2.0 i-VTEC (155 cv).

Objetivo é manter-se líder

O lançamento do Civic 2015, aliás, ocorrerá em etapas. Por enquanto, apenas os modelos LXS e LXR estarão disponíveis para compra. Entre agosto e setembro, a marca começa a vender o topo de linha EXR, que promete ter inovações além da leve reestilização. Segundo a fabricante japonesa, essa "demora" se deve à adequações na unidade de Sumaré (SP). Com o aumento da produção do novo Fit, reduziu-se o volume do Civic.

Esse remanejamento, explica a Honda, é o principal culpado pelo recuo do sedã médio nas vendas de maio. Após muitos meses, o Civic perdeu para o arquirrival Toyota Corolla, que trocou de geração em março e vem avançando nos emplacamentos. O modelo da Honda, no entanto, segue líder no acumulado de 2014 e a montadora crê que o modelo fechará o ano na ponta do segmento, mesmo com a ascenção do Corolla e outroas novidades que virão.

O que muda ao volante?

No breve test-drive do Civic 2015 durante a apresentação do modelo no Centro Educacional de Trânsito da Honda, em Indaiatuba (SP), ficou claro que a estratégia foi mexer o menos possível. Dinamicamente, a versão LXR está mais durinha, por conta das rodas maiores e dos pneus "verdes", mais baixos e com composto mais rígido — que reduz a resistência à rolagem. Nesta configuração, digamos que o Civic ficou um tantinho mais esportivo.

No geral, a mudança mais sensível está no acabamento da cabine, agora em preto e cinza claro, num contraste interessante que, de fato, realça o requinte. Ainda assim, sem alterações no desenho, o Civic 2015 segue como antes e está apenas mais chique. Nestas duas versões, também não há qualquer novidade tecnológica, o que reforça a timidez na atualização. O destaque é a função Econ, que faz ajustes eletrônicos para melhorar o consumo.

Antes da apresentação, especulava-se que o sedã pudesse ganhar itens modernos, como partida do motor no botão, chave presencial e novo sistema de entretenimento — para esquentar de vez a briga com o Corolla. Mas somente a central multimídia deve mudar na versão top EXR. A Honda entende que o pacote de equipamentos padrão — com direção elétrica, ar-condicionado, "trio" elétrico, air bags frontais e ABS com EBD — é suficiente para o momento.

Também é de série no Civic a central multimídia i-MID, com tela colorida de cinco polegadas, Bluetooth, entradas AUX e USB e câmera de ré, além do volante com comandos do som. Na versão LXR, a mais vendida, o recheio é maior, com acendimento automático dos faróis e revestimento em couro, entre outros. A principal vantagem do Civic em relação ao Corolla é o custo/benefício: o Honda entrega mais por menos, embora não seja barato.

CONFIRA OS PREÇOS DAS TRÊS VERSÕES:

Honda Civic LXS 1.8 16V Flex-One Manual — R$ 65.890

Honda Civic LXS 1.8 16V Flex-One Automático — R$ 68.890

Honda Civic LXR 2.0 16V Flex-One Automático — R$ 74.900

*O jornalista viajou a convite da Honda do Brasil.

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