Teste: Chevrolet Onix Effect é esportivo de butique; hatch tem desempenho incompatível com o visual apimentado
Versão usa mesmo motor 1.4 8V flex, mas está disponível apenas com câmbio manual
Carros|Do R7
Aparência é tudo? Talvez. Sem dúvida o visual dos carros conta muito, e se for combinado com uma boa mecânica e qualidade dos materiais, vira um casamento perfeito. Não é exatamente o caso do novo Onix Effect. A Chevrolet "ressuscitou" a versão na linha 2018 do hatch, e coloca no mercado mais um modelo com estética apimentada, mas sem acrescentar 1 cv de potência, para confirmar a promessa de um tempero esportivo. O Onix é líder do mercado brasileiro desde 2015 e tem meta de emplacar pelo menos mil unidades desta versão Effect por mês. Uma missão aparentemente simples para o compacto, que segue sólido no topo das vendas.
Como dito, o Onix Effect propõe mudanças meramente visuais. O motor continua o mesmo 1.4 8V flex de quatro cilindros aspirado, capaz de entregar até 106 cv de potência e 13,9 kgfm de torque com etanol. É gerenciado por um câmbio manual de 6 marchas, não tendo opção automática. Se abastecido com gasolina no tanque, os números são reduzidos para 98 cv de potência e 13 kgfm de torque.
Veja as fotos do Chevrolet Onix Effect
O interior do Effect é muito menos agressivo do que a versão Activ, que tem laranja para todo o lado, chegando até a cansar a vista depois de certo tempo. Quando sentamos no banco do motorista, nos deparamos com um volante diferente de qualquer outro da linha, possuindo borda inferior achatada e apliques em vermelho nos contornos na parte de dentro do volante que tem comandos, assistência elétrica e ajuste de altura — fica devendo o ajuste de profundidade. O conjunto da obra é um volante de boa empunhadura e com resposta rápida com a tela. As entradas de ar do painel também possuem a cor vermelha, assim como as costuras da base do câmbio e nas costuras dos bancos.
O painel de instrumentos é igual ao restante da linha, a única diferença é o nome "Effect" na base do ponteiro de rotação. A central multimídia MyLink 2, possui emparelhamento com Apple CarPlay e Android Auto, e merece destaque por sua eficiência, prática e sensibilidade ao toque. Abaixo da tela, tem tomada de 12 V, uma entrada USB e uma para cabo auxiliar; o lado do motorista tem o porta objetos com dois suportes para copos. O Effect ainda possui ar-condicionado, vidros e travas elétricos apenas na parte da frente e retrovisores elétricos. Esse foi um ponto falho da versão, os bancos traseiros também deveriam ter travas e vidros elétricos, e não a boa e velha manivela.
Por fora o carro é idêntico ao resto da linha, com exceção do Joy, a única diferença são os adesivos espalhados no para-choque dianteiro, nas laterais e na tampa do porta-malas, teto preto, kit aerodinâmico com spoilers frontal e traseiro, saias laterais e rodas de liga leve de 15 polegadas em cinza metálico. Completa o conjunto óptico com máscara negra de luz em led e faróis de neblina com moldura preta na dianteira, e a parte traseira ganhou luz de neblina na parte inferior do para-choque, que equipa todas as versões da linha Onix 2018.
Em questão de desempenho é igual nas versões com motor 1.4, sem nada de esportividade na hora de pisar no acelerador. Mas seu conjunto mecânico é bem eficiente, fazendo bom uso do torque na hora de arrancar a ganhando velocidade bem rápido, mas sem a agilidade do up! TSI, por exemplo. As trocas de marcha ainda continuam cansativas com o câmbio mais duro que figura nos carros da Chevrolet em versões manuais, porém, é uma questão de gosto. Um quesito que deixa a desejar no carro e a estabilidade nas curvas que não passa muita segurança quando fazemos uma curva com a velocidade um pouco mais elevada, além da coluna lateral na frente do motorista, que tira um pouco da visão. Uma característica do Onix, é que ele é bem parrudo, e passa a impressão de estar dirigindo um carro maior, e isso é um dos fatores que faz ele perder velocidade rápido, o seu peso.
Como o carro é mais voltado para o conforto e visual, a versão Effect conseguiu fazer um bom trabalho, já que não tem muitos exageros nos adesivos e nos detalhes de efeito visual, conseguiu fazer um interior interessante com detalhes pontuais e a central multimídia funciona muito bem. De certa forma, o "hatch esportivo" mirou um público mais jovem e urbano que goste de uma versão um pouco mais alternativa, podemos dizer assim, por um preço até que justo, em comparação com o mercado, saindo por R$ 54.990, posicionada entre as versões LT e LTZ.
Outro fator que merece destaque é a economia de combustível, que mesmo trabalhando com giro alto, chega a fazer em percursos urbanos 12,5 km/l com gasolina e pouco mais de 8 km/l com etanol. Já em trechos rodoviários, o hatch atinge 15 km/h e 10 km/h, respectivamente. A compra do carro é válida para quem quer algo diferente em relação a aparência, já que a versão não é tão extravagante quanto outras de populares "esportivos" e tem um interior atrante. Além de todos os outros pontos positivos já ressaltados no decorrer da matéria.
FICHA TÉCNICA
Chevrolet Onix Effect 1.4 flex M/T
Motor:1.4 8V, aspirado, flex
Potência: 98 cv (G) e 106 cv (E) a 6.000 rpm
Torque: 13 kgfm (G) e 13,9 kgfm (E) a 4.800 rpm
Câmbio: Manual, 6 marchas
Direção: Assistência elétrica progressiva; tração dianteira
Suspensão: Independente McPherson na dianteira, eixo de torção na traseira
Freios: ABS com EBD (distribuição eletrônica da força de frenagem)
Pneus e rodas: 185/65 R15
Dimensões: 3,93 metros (comprimento), 1,70 m (largura), 1,47 m (altura) e 2,53 m (entre-eixos)
Peso: 1.062 kg
Tanque de combustível: 54 litros
Porta-malas: 280 litros
Aceleração 0-100 km/h: 10,5 segundos
Velocidade máxima: 180 km/h
Consumo urbano: 12,5 km/l (G) e 8 km/l (E)
Consumo rodoviário: 15 km/l (G) e 10 km/l (E)
Preço sugerido: R$ 54.990
