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Ausência do ‘mapa do caminho’ nos textos da COP30 compromete transição energética?

Cientistas emitem comunicado em crítica à retirada; pesquisadora explica motivações da decisão e as chances de retorno à pauta do evento

Cidades|Do R7

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Um texto da COP30, divulgado na madrugada desta sexta-feira (21), tem dividido opiniões diante da ausência do chamado “mapa do caminho” para a redução dos combustíveis fósseis. Um grupo de cientistas emitiu um comunicado que critica o cerceamento da discussão, presente no rascunho de um dos textos centrais das negociações.

Em entrevista ao Hora News, a pesquisadora Brenda Brito, do Imazon, explica que a transição energética é discutida desde a COP28 como uma medida a ser tomada para manter o aumento de temperatura do planeta em torno de 1,5 ºC. Até então, no entanto, outras Conferências não haviam se debruçado sobre o assunto.


Decisões na Cúpula são tomadas após consenso entre os países, destaca pesquisadora Reprodução/Record News

“Nesta COP30 aqui em Belém, logo no primeiro dia, esse tema acabou surgindo não numa agenda oficial, mas sim por conta do discurso do presidente da República, que fez a abertura da COP e falou que gostaria de ver o mapa do caminho para longe dos combustíveis fósseis”, conta Brito.

Segundo a pesquisadora, o discurso de Lula criou uma expectativa pela criação do mapa. Ela destaca que, enquanto cerca de 80 países defendem a sua elaboração, outros 80 também o rejeitam. “E como na COP tudo é decidido em consenso, quando você tem posições muito divergentes, acaba sendo uma prática, muitas vezes, você eliminar isso do texto”.


Combustíveis fósseis, como petróleo, gás natural e carvão mineral, representam 80% das emissões de gases de efeito estufa do planeta, ela pontua. Ainda que essa percepção não seja tão clara no Brasil, cuja matriz energética vem significativamente de fontes renováveis, muitos países ao redor do mundo têm grande dependência de energias poluentes.

A especialista argumenta que os meios para a transição energética global já existem, mas precisam ser priorizados. “Hoje em dia, a energia mais barata já é a solar, em segundo lugar a eólica. Então a gente já tem economicamente um motivo para realmente priorizar essas outras fontes energéticas”. No entanto, a movimentação é atrapalhada pelo forte lobby da indústria petroleira.


Brito acredita que a ausência da discussão nos documentos-base enfraquece o resultado da COP, mas que ainda existe esperança de que, até o fim do evento, a pauta volte para os textos. A Conferência acabaria nesta sexta, mas o incêndio que tomou a Zona Azul e paralisou as negociações na quinta (20) pode adiar o encerramento.

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