Brasil pode zerar emissões líquidas de gases do efeito estufa 10 anos antes da meta, diz cientista
Para evitar crescimento ainda maior do aquecimento global, Carlos Nobre diz que outros países também precisam acelerar metas
Cidades|Do R7
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Autoridades de todo o mundo desembarcaram nesta semana no Brasil para a Cúpula de Líderes que antecede a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP30.
Durante a abertura do encontro, nesta quinta-feira (6), o presidente Lula e o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, discusaram e demonstraram a urgência de ações para frear as mudanças climáticas, um dos focos do evento que começa em Belém (PA) na próxima segunda-feira (10).
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Entre as preocupações apresentadas por Guterres, está o cumprimento da meta de limitar o aquecimento global abaixo de 1,5ºC, estabelecida no Acordo de Paris, em 2015.
Em entrevista ao Hora News, Carlos Nobre, professor titular do Instituto de Estudos Avançados da USP e co-presidente do Painel Científico para a Amazônia, endossa a preocupação de Guterres e diz que o mundo está próximo de atingir permanentemente 1,5ºC de aquecimento global.
Nobre explica que, no segundo semestre dos anos de 2023, 2024 e, até agora, de 2025, o aumento da temperatura ultrapassou a meta estabelecida. “Com 1,5ºC, nós já vimos todos os eventos extremos, ondas de calor, secas, incêndios florestais, chuvas, inundações, tudo isso explodiu no mundo inteiro, bateu todos os recordes, a frequência desses eventos aumentou muito”, diz o cientista climático.
Entre as medidas cruciais para endurecer o combate, estão a diminuição de gases do efeito estufa, que têm 75% da totalidade relacionada à queima de combustíveis fósseis. Nobre relata que, nesta quarta-feira (5), um estudo que diz que o Brasil pode zerar as emissões liquidas até 2040 — 10 anos antes da meta — foi apresentado na Academia Brasileira de Ciências.
Mesmo com a capacidade positiva do país, o combate ao problema precisa envolver países de todo o mundo. Segundo Nobre, caso o aumento se fixe em 1,5ºC em até 10 anos e todos os países só zerarem as emissões em 2050, o mundo ultrapassará o aumento de 2ºC, com a possibilidade de chegar até 2,5ºC.
O professor ainda reafirma a urgência da aceleração das metas climáticas, que deve ser uma das prioridades da COP30. “Não pode ser só promessas, as chamadas NDCs são as metas voluntárias que os países colocam. Agora precisa começar a acelerar muito a redução das emissões”, conclui.
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