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Cartórios registram alta nos óbitos de jovens e queda entre idosos

Nas faixas etárias mais altas já vacinadas, a redução do número de óbitos lavrados chega a 64%, segundo dados da Arpen-Brasil

Cidades|Cesar Sacheto, do R7

Cartórios brasileiros apontam relação entre queda de mortes e vacinação no país
Cartórios brasileiros apontam relação entre queda de mortes e vacinação no país

O Portal da Transparência da Arpen-Brasil (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais revelou, em seus balanços mais recentes, um fenômeno relacionado, provavelmente, ao plano de vacinação contra a covid-19 em vigor no país: redução de até 64% do registro de mortes na faixa etária mais alta já vacinada, enquanto os óbitos de pessoas mais jovens cresceram mais de 50%.

A queda mais alta de registro de óbitos nos cartórios de registro civil brasileiros — contabilizada pela entidade — foi verificada na faixa de idade entre 90 e 99 anos (- 64%). Já entre 80 e 89 anos, a diminuição foi de 49%. Pessoas entre 70 e 79 anos tiveram 6% menos mortes registradas.

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Por outro lado, as camadas mais jovens da população brasileira apresentaram números mais altos de óbitos desde o início da pandemia do novo coronavírus. Segundo a Arpen-Brasil, ocorreu um aumento proporcional de mortes entre pessoas dos 20 aos 59 anos, mudança que teve início em fevereiro, cresceu em março e se mantém nos primeiros dias de abril.

Os óbitos de pessoas com idades entre 20 e 29 anos, que até o mês de março representavam, em média, 1% dos falecimentos por covid-19, passaram a ser quase 1,27% em abril, o que representa um crescimento de 26% no número absoluto de mortes.


A quantidade de óbitos de pessoas entre 30 e 39 anos, que representavam, em média, 3,25% das mortes, subiram em abril para 4,85% — um crescimento de 50% no número absoluto de mortes pela doença.

40 a 49 anos

A faixa de pessoas entre 40 e 49 anos é a mais afetada pelo aumento no número de falecimentos causados pela nova fase da pandemia.


Até janeiro de 2021, a faixa etária representava 5% dos óbitos causados pela doença. Em fevereiro, passou a representar 7,45%, e em março, 9,42%. Nos primeiros dias de abril, já representa 10,4% do total de mortos pela doença no país.

Em relação à média de óbitos desde o início da pandemia, esta faixa etária, que representava 6,7% das mortes, deu um salto e agora corresponde a 55% do número de mortes nos primeiros dias de abril.


50 a 59 anos

Também bastante afetada na segunda onda da pandemia, a população com idade entre 50 e 59 anos representava, em média, 12% do total de mortes pelo novo coronavírus após o fechamento dos dados de 2020.

Em fevereiro deste ano, passou a representar 13,4%, em março, 16,1%, e, nos primeiros dias de abril de 2021, já representa 18,4% do total de mortos por covid-19. Em números absolutos, o aumento é de 52%.

"O Portal da Transparência, que desde o início da pandemia vem permitindo um acompanhamento em tempo real das mortes registradas, traz agora uma sinalização da queda nos óbitos entre a população com mais idade, ao mesmo tempo em que aponta a necessidade de precaução das pessoas mais jovens, que começam a ser, proporcionalmente, mais afetadas pelo número de mortes", reforçou o presidente da Arpen-Brasil, Gustavo Renato Fiscarelli.

Por isso, ele destacou a importância do avanço da imunização dos brasileiros. "No atual cenário enfrentado em nosso país, estes números sinalizam uma importante, senão única, saída para o Brasil, a vacinação em massa", complementou Gustavo Renato Fiscarelli.

Segundo a entidade, o mês de março bateu recorde no registro de mortes por covid-19 no Brasil. Além disso, o Rio Grande do Sul registrou mais óbitos do que nascimentos. O Rio de Janeiro atingiu a marca edezembro de 2020 e em janeiro de 2021, e o Amazonas em abril de 2020. 

Balanço das faixas etárias

Segundo os registros de óbitos lavrados pelos cartórios brasileiros, a população entre 60 e 69 anos significava, até março de 2020, em média, 22,6% das mortes por covid-19 no país. Porém, o número vem subindo nos últimos meses: passou para 25%, em março, e 27,3% na primeira quinzena de abril — o que representa um aumento de 21% nos óbitos causados pela doença.

Os idosos da faixa etária entre 90 e 99 anos representavam, em média, 6,7% do total de mortos pela doença. Em março, já com os primeiros reflexos da vacinação para esta idade, passaram a representar 3,5% dos óbitos e, nos primeiros dias de abril, os dados sobre a faixa de idade caíram para 2,4% do total de falecimentos.

A faixa entre 80 e 89 anos passou de uma média de 20,6% do total de mortos para 14,9% em março, e, para 10,5% em abril. Já os óbitos entre a população de 70 a 79 anos que, passou de uma média 25,7% do total de óbitos para 24% em abril.

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