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Caso Marielle: PF investiga atuação de organização criminosa em morte

Determinação se baseia no depoimento de duas testemunhas que apontam envolvimento de agentes públicos, milicianos, além da organização

Cidades|Fabíola Perez, do R7

Assassinatos ocorridos há oito meses seguem sem solução
Assassinatos ocorridos há oito meses seguem sem solução

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou nesta quinta-feira (01) que a PF (Polícia Federal) irá investigar a existência de uma organização criminosa, envolvendo agentes públicos, milícias e contravenção, que atuaria com o objetivo de obstruir a elucidação do homicídio de Marielle Franco e Anderson Gomes, ocorrido no dia 14 de março, no Rio de Janeiro.

"Essas denúncias são extremamente graves porque remetem ao duplo homicídio de Marielle Franco e Anderson. Esses depoimentos foram tomados recentemente, o primeiro há um mês e meio e o segundo há 15 ou 20 dias ", afirmou o ministro. "Ao constatar a gravidade das denúncias de corrupção e ocultamento fazendo referências a agentes públicos, milicianos e organizações criminosas para impedir que se chegue aos reais mandantes e executivos a PGR (Procuradoria Geral da República) tomou essa atitude."

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A partir desta quinta-feira, a Polícia Federal está à frente das investigações sobre como ocorreu a morte da vereadora Marielle e Anderson. "A investigação é para confirmar os depoimentos das testemunhas. Cabe instaurar o inquérito para investigar as denúncias existentes", disse. Após oito meses do assassinato, as investigações não tiveram um claro encaminhamento, "uma resolutividade", segundo o ministro.


PF assumirá investigação para chegar a autoria dos homicídios
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"Quando se cala uma representante popular, uma mulher que defende minorias, que leva a conhecimento denúncias e problemas, se ataca no fundo a própria democracia, a representação popular e os direitos humanos", disse. A investigação seguirá nos eixos estadual, com atuação do Ministério Público e da Polícia Civil, e federal.

"A Polícia Federal investigará quem está na máquina pública, agentes públicos, e quem está ligado ao crime organizados ou a interesses políticos que fazem de tudo para impedir que se elucide esse crime", afirmou Jungmann. "Haverá cooperação entre as duas partes." 


Com base na lei 12.850 de 2013, que trata de organizações criminosas, e na lei de 10.446 de 2012, que trata de crimes de repercussão interestadual e internacional, a procuradora Raquel Dogde determinou que a PF abra inquérito para investigar a atuação de uma organização criminosa "que envolve agentes públicos, milicianos, organizações criminosas e a contravenção para impedir que se chegue a mandantes e executores reais do duplo homicídio de Marielle e do motorista Anderson Gomes."

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O inquérito policial deverá apurar, segundo o ministro, a prática de organização criminosa, coação no curso do processo, fraude processual, favorecimento pessoal, exploração de prestigio, falsidade ideológica, outras falsidades e fraudes e eventual crime de corrupção e outros possíveis crimes narrados pelos depoentes.

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