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Companhias aéreas que deixarem país 'não voltam', insiste Maduro

Cidades|Do R7

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, reiterou nesta quinta-feira suas advertências às companhias aéreas internacionais, ao afirmar que, caso elas se retirem pelas dívidas pendentes resultantes do controle cambial oficial, não poderão voltar a operar no país.

"Os que se forem nesta guerra econômica não voltam", disse Maduro em mensagem velada às companhias aéreas durante o lançamento de uma rota aérea da companhia estatal Conviasa entre Caracas e Apure, no sul do país.

Nos últimos meses, companhias aéreas como AirCanada e Alitalia suspenderam temporariamente seus voos para a Venezuela. Pelo menos outras dez empresas reduziram a frequência dos voos e bloquearam suas vendas no país sul-americano, em função da acumulação da dívida em divisas gerada pelas operações cambiais do governo Maduro.

O governo garante que a redução de operações das companhias é parte de uma "guerra econômica" orquestrada pela "direita venezuelana e internacional" para debilitar a economia local, que acumula uma inflação anual próxima aos 60%, a escassez de um a cada quatro produtos básicos e uma crônica seca de divisas que afeta a atividade produtiva no contexto de um rígido controle cambial.


Segundo a Associação de Companhias Aéreas da Venezuela (Alav), a Venezuela deve aproximadamente 4 bilhões de dólares às empresas aéreas.

Na Venezuela, que vive um severo controle cambial desde 2003, as companhias aéreas são obrigadas a vender as passagens internacionais em bolívares e precisam percorrer um caminho árduo para que o governo entregue os dólares correspondentes.


Sobre o corte nas operações, Maduro afirmou que "algumas companhias aéreas da Europa fizeram uma reprogramação de seus voos enquanto acontece a Copa do Mundo, reorientando os voos para o Brasil, pela grande quantidade de pessoas esperadas no evento".

Na quarta-feira, o vice-presidente para a Área Econômica, Rafael Ramírez, já havia dito que as empresas aéreas não estão deixando a Venezuela, mas "desviando aviões para a Copa do Mundo".


Apesar dos anúncios da Associação de Transporte Aéreo Internacional (IATA, na sigla em inglês), que alertou que as companhias aéreas "não podem operar indefinidamente se não forem pagas", Maduro acusou a "imprensa burguesa" de divulgar a redução na oferta de transporte aéreo "como se essas companhias aéreas estivessem saindo do país".

Sem dar mais detalhes, Maduro anunciou um plano de melhoria do deficiente transporte aéreo local, que "articulará estratégias para cobrir as rotas de América Latina, Caribe e, depois, Estados Unidos e Europa".

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