COP30 tem o desafio de mudar mentalidade de EUA e China sobre mudanças climáticas, diz especialista
Ricardo Sodré afirma ainda que colocar o bioma amazônico no cerne das conversas é essencial
Cidades|Do R7
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A COP 30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025), realizada pela primeira vez na Amazônia, marca um momento estratégico para o Brasil e para o debate global sobre mudanças climáticas.
Segundo Ricardo Sodré, especialista em adaptação climática, trazer o evento para Belém é uma forma inteligente de colocar a floresta no centro das discussões.
Ao Conexão Record News de segunda-feira (10), Sodré lembra que os efeitos do aquecimento global são cada vez mais evidentes, inclusive no Brasil, que antes não figurava entre os países mais afetados por eventos extremos.

“O clima é uma urgência. [...] Os eventos climáticos extremos estavam concentrados em certas localidades; hoje, devido à mudança climática, eles se espalharam para países como o Brasil, que até anos atrás não estava no rol de países que tinham sofrido com o evento climático extremo [...] e nós não nos preparamos para isso”, afirma.
Para ele, a COP precisa consolidar ações concretas, como incentivos à transição energética e projetos de resiliência voltados às populações mais vulneráveis, que sofrem mais com desastres ambientais.
Desafios da conferência
Ainda segundo Sodré, questões geopolíticas podem dificultar avanços da COP30. Ele cita, especificamente, a postura dos Estados Unidos e sinaliza para a necessidade de convencer as duas maiores potências globais para a urgência da transição energética como meio de frear o aquecimento global.
“Eu acho que tem um fator crucial que é a tirada de pé dos Estados Unidos para o pacto. A gente tem que voltar, e o mundo se unir para mostrar para EUA e China, que são grandes responsáveis por emissões, que nós temos que mudar essa mentalidade e voltar para uma mentalidade mais energia limpa”, argumenta.
COP30 em Belém
A partir desta segunda-feira (10), os olhos do mundo estarão em Belém do Pará, para a realização da COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima). Com a presença confirmada de 143 delegações no evento e expectativa de 55 mil participantes, a conferência visa buscar novos rumos para o enfrentamento das mudanças no clima do mundo e colocar em prática projetos discutidos nos encontros anteriores.
Com a floresta Amazônica de fundo, o evento traz as lideranças mundiais para um debate sobre transição energética e utilização de combustíveis fósseis, além das metas para evitar que o planeta não ultrapasse o limite de 1,5 °C de aquecimento nos próximos anos. Outro ponto que deve entrar no debate das delegações são as responsabilizações dos entes poluentes e meios de ajuda aos países em desenvolvimento, que mais sofrem com os efeitos das mudanças climáticas.
Apesar de um evento de escala global, a edição deste ano não deve contar com a presença de alguns chefes de Estado, como o americano Donald Trump e seu par argentino, Javier Milei. A ausência dos líderes pode ser vista com preocupação, uma vez que ambos os presidentes vêm tecendo críticas acerca dos papéis de cada país no financiamento de projetos para a mitigação dos avanços das alterações no clima.
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