Desmatamento da Mata Atlântica cai 42% nos primeiros cinco meses de 2023
Apenas Alagoas, Rio Grande do Norte, São Paulo e Sergipe tiveram alta registrada em comparação ao mesmo período do ano passado
Cidades|Do R7
Um levantamento feito pelo SAD (Sistema de Alertas de Desmatamento) Mata Atlântica, divulgado nesta quinta-feira (27), mostra que o desmatamento do bioma diminuiu 42% nos primeiros cinco meses deste ano em comparação com o mesmo período de 2022.
Enquanto a área desflorestada, de janeiro a maio do último ano, foi de 12.166 hectares, em 2023 a região desmatada foi de 7.088 hectares — o que equivale a uma área maior do que 480 Maracanãs.
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A queda foi puxada pelos estados de Minas Gerais, Bahia, Paraná e Santa Catarina, nos quais os índices de desflorestamento foram de 47%, 43%, 45% e 46%, respectivamente.
Por outro lado, os estados de Alagoas, Rio Grande do Norte, São Paulo e Sergipe registraram aumento dos desmatamentos, mas que, somados, não ultrapassam 12% dos 7.088 hectares.
O diretor-executivo da Fundação SOS Mata Atlântica, Luís Fernando Guedes Pinto, acredita que a queda registrada pelo SAD é um reflexo do aumento da fiscalização por parte das autoridades federais.
“A devastação em áreas menores que 3 hectares praticamente não sofreu redução, enquanto nas maiores, especialmente aquelas acima de 15 hectares, houve um significativo decréscimo no desmatamento. Isso pode estar diretamente relacionado ao incremento da fiscalização pelos estados e à mudança de postura no governo federal e no Ibama”, destaca Guedes Pinto.
O diretor-executivo faz uma ressalva em relação à área de mata atlântica no cerrado, que, apesar de não fazer parte do bioma para o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), está inserida na lei federal de proteção 11.428/2006.
“Essa é uma região que, como indicam análises do Inpe no Deter Cerrado, vem apresentando um aumento preocupante de desmatamento”, conclui Guedes Pinto.