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Desmatamento na Amazônia cai 63% no primeiro bimestre de 2024

Total registrado entre janeiro e fevereiro deste ano foi o menor para o período desde 2019, informou o instituto Imazon

Cidades|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília

Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (18)
Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (18) Arquivo/Agência Brasil - Arquivo

O primeiro bimestre de 2024 registrou o menor índice de desmatamento da Amazônia em seis anos, apontam dados divulgados nesta segunda-feira (18) pelo Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia). Segundo o órgão, nos dois primeiros meses do ano a Amazônia perdeu 196 km² de florestas, o patamar mais baixo para o período desde 2019.

Em relação a janeiro e fevereiro de 2023, quando foram derrubados 523 km² de floresta, a diminuição da área desmatada foi de 63%. O valor de 196 km² registrado no primeiro bimestre deste ano equivale à extensão do município de Aracaju (SE).

Os dados do Imazon são do SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento) mantido pelo instituto. De acordo com o monitoramento, fevereiro foi o 11º mês consecutivo de queda nos números de na Amazônia. No mês passado, o órgão identificou 117 km² de destruição, representando uma redução de 64% em comparação com o mesmo período do ano anterior. 

Apenas o Maranhão apresentou aumento na taxa de destruição. Os outros oito estados que compõem a Amazônia Legal (Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins e Mato Grosso) registraram quedas expressivas no bimestre, sendo que Amapá, Tocantins e Acre alcançaram uma redução de 100% em comparação com o mesmo período do ano anterior.


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Apesar da redução, os números precisam ser interpretados com cautela, alertam os pesquisadores do Imazon. Isso porque a cifra registrada no primeiro bimestre deste ano está entre as mais altas da série histórica do SAD. O desmatamento entre janeiro e fevereiro superou os 150 km² em oito dos 17 anos de medições, sendo 2024 um desses períodos de alta.


“Esses dados mostram que ainda temos um grande desafio pela frente. Atingir a meta de desmatamento zero prometida para 2030 é extremamente necessário para combater as mudanças climáticas”, afirma a pesquisadora Larissa Amorim, do Imazon. Ela diz que o governo federal deveria acelerar os processos de demarcação de terras indígenas e quilombolas, bem como os procedimentos de criação de unidades de conservação.

No primeiro bimestre de 2024, o estado que mais contribuiu para o desmatamento foi o Mato Grosso, representando 32% do total registrado. Roraima aparece com 30% do total - o avanço do desmatamento em territórios indígenas é considerado preocupante. O Amazonas fica em terceiro lugar, com 16% do total, especialmente na região sul do estado, onde a expansão do desmatamento atinge assentamentos.

Em fevereiro, os três primeiros lugares na lista de destruição em assentamentos estavam no Amazonas: Projeto de Assentamento (PA) Rio Juma, PA Acari e Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Lago do Acará.

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