‘Economia azul’: professor explica importância dos oceanos no combate às mudanças climáticas
Pesquisador do Instituto Oceanográfico da USP analisa ações e resultados da COP30
Cidades|Do R7
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Com a aproximação do último dia de negociações na COP30, em Belém (PA), previsto para esta sexta-feira (21), são criadas expectativas acerca de quais compromissos firmados serão efetivamente transformados em ações práticas de mitigação às mudanças climáticas. Em entrevista ao Record News Rural desta sexta, Alexander Turra, titular do instituto oceanográfico da USP (Universidade de São Paulo), comenta as perspectivas do resultado das discussões.
Turra destaca o lema da conferência: a “COP da verdade”, mencionando a necessidade das ações imediatas no combate às mudanças climáticas, com movimentações de todos os entes para um melhor desenvolvimento e aplicações efetivas dos planos. Ele recorda que todos os setores estão interligados e que as ações de um interferem em um efeito em cadeia, como ações do agro que podem interferir nos rios e oceanos.

Tais oceanos, assim como as florestas, são essenciais para o sequestro de carbono, quando partículas de gás carbônico são retiradas da atmosfera, reduzindo a presença do material que é um dos causadores do efeito estufa e do aquecimento global. No entanto, ele define a degradação do ambiente marinho como grave e menciona fatores, como o descarte incorreto de lixo, vistos como “comorbidades” que aumentam o risco de colapso.
“Na pandemia, as pessoas com comorbidades, elas tinham um pouco mais de risco, de ter o Covid e com isso poder até morrer ou pegar a forma grave da doença. No oceano é a mesma coisa, ele vai perdendo a saúde e quando chegam as mudanças do clima, ele acaba tendo uma dificuldade maior de lidar com elas e com isso a gente acaba perdendo todos os benefícios diretos e indiretos que o oceano provê para a sociedade, provê para a humanidade”, comenta.
Nesse sentido, o professor explica que a COP30 traz uma lógica diferente ao mostrar que colocar dinheiro na preservação do planeta não é necessariamente custo, mas investimento com retornos. É o caso da chamada ‘economia azul’.
‘É o nome que a gente dá para essas atividades econômicas que podem ser feitas no oceano, pautadas pelo desenvolvimento de ciência, tecnologia e inovação. Esse movimento é essencial para que a gente consiga não só combater as mudanças do clima, mas conseguir fazer negócios, gerar empregos, compartilhar prosperidade com as pessoas. É uma visão bastante estratégica e madura para que a gente consiga superar essa crise climática", pontua.
A sustentabilidade no agro
No âmbito da COP e da atuação do agro, o acadêmico cita os compromissos de longo prazo, como os geralmente feitos, mas destaca a necessidade de ações de efeitos mais imediatos dos setores, principalmente no que tange ao apoio a quem realiza fiscalizações, como o Ibama e a Polícia Federal. Turra menciona que, pela importância que o agro representa na economia brasileira, os olhares nas mudanças climáticas e em ações de preservação devem ser essenciais.
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“O agro no Brasil talvez seja um dos principais setores que tem que apoiar essas agendas climáticas do ponto de vista político, do ponto de vista econômico e do ponto de vista estratégico, porque é um setor que é um dos setores mais vulneráveis a essas mudanças. E isso impacta inclusive a economia do país no sentido dessas renegociações, porque elas precisam ser feitas, elas têm que ser feitas, mas a gente precisa se antecipar a isso e fazer com que a gente diminua esses riscos”, destaca o pesquisador.
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