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Entenda como são extraídos os dados das caixas-pretas em casos de acidentes, como o de Vinhedo

Cuidado começa na fabricação dos gravadores, feitos para resistir a condições extremas, suportando quedas, incêndios e submersões

Cidades|Do R7


Caixas-pretas são essenciais em investigações aéreas Divulgação/FAB/Arquivo

As caixas-pretas de um avião são essenciais para esclarecer as causas de acidentes ou problemas com as aeronaves. Os equipamentos contam com dois tipos de gravadores: o CVR (Cockpit Voice Recorder), que armazena as comunicações de rádio e os sons da cabine, como as conversas dos pilotos e o ruído do motor, e o FDR (Flight Data Recorder), que guarda parâmetros como altitude, velocidade e direção. No caso do acidente de Vinhedo, na sexta-feira (9), os dados foram recuperados com sucesso e estão sendo analisados por profissionais do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), em Brasília.

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O centro conta, há 18 anos, com o Labdata (Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo), o setor encarregado de extrair, obter e analisar os dados das caixas-pretas. O laboratório segue padrões internacionais para garantir a precisão das análises. “No hemisfério sul, apenas o Brasil e a Austrália possuem laboratórios com tamanha capacidade, atribuindo ao Cenipa a possibilidade de apoiar as investigações de várias nações amigas, especialmente aquelas localizadas na América Latina”, explica a FAB (Força Aérea Brasileira).

O cuidado com a informação começa na fabricação dos gravadores, feitos para resistir a condições extremas, suportando quedas, incêndios e submersões de até seis mil metros de profundidade. Apesar do nome, a caixa-preta é produzida na cor laranja, por ser uma coloração mais fácil de ser encontrada.

Além disso, a tecnologia ajuda na extração rápida e eficaz dos dados, com o uso de microscópios, animações em realidade virtual (3D) e até fornos específicos para a secagem dos elementos eletrônicos.


Passo a Passo

Extração

A primeira parada é a oficina de extração, onde as placas de memória das caixas-pretas são removidas e verificadas. Além disso, realiza-se a verificação dos componentes. Os analistas de dados da FAB explicam que o processo exige muita atenção para que as placas não sejam danificadas ainda mais. Por isso, eles utilizam microscópios, que permitem a observação das placas de vários ângulos, além de luvas e jalecos.

Caso a caixa-preta tenha sido recuperada da água, o processo deve ser adaptado. Segundo os analistas, o processo de oxidação se inicia no momento exato em que o equipamento é retirado da água. Portanto, é necessário o uso de fornos específicos para tratar o equipamento.


Digitalização

Os dados são recuperados eletronicamente, o que permite o acesso aos sons da cabine, às comunicações dos pilotos e à leitura de centenas de parâmetros de voo, como altitude, velocidade e trajetória. “Trabalhamos incansavelmente para entregar aos investigadores o máximo de informações oriundas dos dados obtidos, as quais exigem um processo meticuloso de análise e, assim, em tempo hábil, colaboram para a excelência dos resultados, contribuindo para o aprimoramento da aviação”, destacou o chefe do Labdata, Coronel Aviador Sidnei Velloso da Silva Junior.

Simulador

O Labdata passou a utilizar animações em realidade virtual do acidente em três dimensões (3D), o que permite a visualização externa e interna da aeronave, mostrando a sequência de voo realizada com base na leitura e no cruzamento dos dados dos diversos sistemas de voo.

Por meio dessa tecnologia, os investigadores conseguem visualizar a trajetória da aeronave, a velocidade desenvolvida, o caminho percorrido, a altitude alcançada, a atuação dos comandos de voo, o funcionamento dos sistemas, além de ouvir as conversas realizadas na cabine de comando.

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