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'Estamos transformando a dor em amor', diz diretora de creche alvo de ataque há um mês em SC

Alconides Ferreira contou ao R7 que ficou muito abalada com o atentado, mas ganhou muito apoio dos pais de alunos

Cidades|Gabrielle Pedro, do R7

Cantinho do Bom Pastor passou por reformas
Cantinho do Bom Pastor passou por reformas

O Centro Educacional Infantil (CEI) Cantinho do Bom Pastor ainda tenta se reerguer do ataque brutal que sofreu há exatamente um mês. No dia 5 de abril, um homem invadiu as dependências da creche, em Blumenau, Santa Catarina, e matou quatro crianças, entre 4 e 7 anos.

As vítimas Bernardo Pabest da Cunha, de 4 anos, Enzo Marchesin, de 4, Bernardo Cunha Machado, de 5, e Larissa Maia Toldo, de 7, e as demais crianças que presenciaram o atentado hoje são a razão de Alconides Ferreira Sena, dona e diretora da escola, levantar todos os dias para abrir as portas da instituição infantil.

"Naquele dia, a única coisa que passava pela minha cabeça era que aquilo seria o meu fim e o fim da Cantinho. Foi tudo muito triste, e eu fiquei desesperada. Mas apareceram vários amigos, familiares e pais de aluno que me estenderam a mão e me ajudaram bastante a reabrir a escola. Foi graças a isso que me mantive forte", disse ela ao R7.

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Para melhorar a segurança do centro educacional, Alconides aumentou os muros do colégio, colocou mais câmeras de monitoramento, contratou seguranças que trabalham durante todo o período de funcionamento do local e ainda pretende instalar arame farpado no entorno da creche.


"Estamos recebendo muita ajuda dos pais e até de pessoas anônimas que se solidarizaram com o que passamos. Durante as obras, recebemos doações de comida para a alimentação dos pedreiros. As pessoas nos abraçaram de verdade", relatou.

A diretora também implementou um programa, que ganhou o nome de "Fortalecimento", com psicólogos para acompanhar os alunos que precisarem de auxílio psicológico.


Apesar disso, ela contou que nem todas as crianças voltaram ao Cantinho do Bom Pastor, por medo. "Algumas crianças que presenciaram toda aquela cena ainda estão assustadas e não voltaram. Algumas estão com os avós e outras, infelizmente, mudaram de escola. Por isso, agora faço questão de preparar atividades diferentes para que elas associem que aqui também temos surpresas boas e positivas."

Ela também vem apoiando os pais das crianças que morreram no ataque para cobrar medidas mais eficientes de segurança nos colégios. "Estou bastante ativa e ao lado deles nessa luta. O Bernardo Pabest, nosso Bê, costumava dizer que ia salvar o mundo, e é exatamente o que tenho levado comigo e vou fazer. Estamos transformando a dor em amor", disse.

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