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Estiagem deixa 15 cidades em situação de emergência no Amazonas

Municípios atingidos ficam próximos aos rios Alto Solimões, Juruá e Médio Solimões  — os mais afetados pela baixa das águas

Cidades|Agência Brasil

Estiagem deve piorar no mês de outubro
Estiagem deve piorar no mês de outubro

A severa estiagem que afeta o estado do Amazonas já deixou 15 cidades da região em situação de emergência. Segundo levantamento realizado pela Defesa Civil, os municípios se localizam nos leitos dos rios Alto Solimões, Juruá e Médio Solimões, os mais atingidos pela baixa das águas.

Outras 40 cidades estão em estado de alerta e cinco de atenção. A situação já afeta cerca de 111 mil pessoas.

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A perspectiva é de que o drama se agrave ainda mais em outubro, quando a seca deve ser mais intensa. O órgão estima que até dezembro cerca de 500 mil pessoas sejam atingidas no Amazonas pelos efeitos da estiagem.

“A previsão é que, devido à influência do fenômeno climático El Niño, que inibe a formação de nuvens de chuvas, a estiagem deste ano seja prolongada e mais intensa se comparada a dos anos anteriores, podendo ultrapassar 50 o número de municípios atingidos”, informou a Defesa Civil.


De acordo com o Inpa (Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia), além do El Niño, o aquecimento do Atlântico Tropical Norte, logo acima da linha do Equador, inibe a formação de nuvens, reduzindo o volume de chuvas na Amazônia.

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O instituto mostra ainda que esse clima mais quente dificulta a formação de nuvens de chuva na região.


O governo do Amazonas informou que adotou medidas para apoiar famílias nos setores de saúde e abastecimento de água, bem como na distribuição de cestas básicas, kits de higiene pessoal, renegociação de dívidas e fomento para produtores rurais.

Impactos

Nesta terça-feira (26), o governo federal anunciou a criação de uma força-tarefa para reforçar as ações que vêm sendo realizadas pelo governo estadual visando enfrentar os impactos da estiagem no Amazonas.

O anúncio ocorreu após reunião do governador do estado, Wilson Lima, com os ministros da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e representantes de seis órgãos federais.

O reforço para ampliar a ajuda humanitária, com o envio de itens como cestas básicas e água, além da intensificação do combate ao desmatamento e aos incêndios, principalmente no sul do Amazonas, também estão entre as ações.

Além disso, ficou definido maior apoio logístico para as cidades mais afetadas, acesso a programas sociais federais e liberação de emendas parlamentares.

Boletim divulgado na segunda-feira (25) pela ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico), batizado de Painel El Niño 2023-2024, mostra que, no Brasil, já são observadas chuvas abaixo da média nas regiões Norte e Nordeste.

Previsão

A publicação informa que "a previsão climática para outubro, novembro e dezembro indica maior probabilidade de chuvas abaixo do normal entre o leste, o centro e a faixa norte do Brasil, com maiores probabilidades disso acontecer no Norte".

Diante desse cenário, os rios da região diminuíram sensivelmente de volume, o que tem dificultado a navegação.

Ainda na terça-feira, o governo federal anunciou a liberação de R$ 140 milhões para dragagem nos rios Madeira e Solimões. Os rios são importantes vias de escoamento de cargas e produtos da região, inclusive a Zona Franca de Manaus, e de trânsito de pessoas.

O primeiro trecho de dragagem será no Rio Solimões, com 8 km. O serviço será feito entre os municípios de Tabatinga e Benjamin Constant, no extremo oeste do Amazonas.

“A intenção é combater o risco de desabastecimento da população local e reduzir os impactos econômicos da seca registrada nos estados do Amazonas e Rondônia”, informou o Ministério dos Transportes.

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