Falta de combustível faz empresas aéreas adotarem restrições
Companhias aéreas disponibilizarão o reagendamento de passagens sem cobrança em aeroportos afetados pela falta de combustível
Cidades|Fabíola Perez e Márcio Neves, do R7 com Agência Estado
O protesto dos caminhoneiros, que ocorre pelo quarto dia consecutivo em todo o país, provocou impacto na operação das companhias aéreas em função da falta de combustível em vários aeroportos de todo o país.
A companhia aérea Azul informou que cancelará algumas operações partindo das cidades de Belo Horizonte, Vitória, Recife, Belém, Natal, Goiânia, Palmas, Fernando de Noronha e Juazeiro do Norte.
Já a Latam Brasil ampliou a lista de aeroportos em que a companhia verifica restrições para operar: agora, são os de Brasília, Goiânia, Ilhéus, Recife, Teresina, Confins e Porto Alegre. Porém, a aérea afirma que a situação ainda não tem impactado seus voos.
As duas companhias disponibilizarão o reagendamento de passagens sem cobrança para voos com origem e destino em aeroportos afetados pela falta de combustível.
A Gol informa que ainda não registrou, até o momento, atrasos ou cancelamentos de seus voos. Apesar disso, a companhia destaca que está aplicando medidas de contingência em toda operação, "mantendo as ações necessárias para minimizar os impactos aos seus clientes".
O aeroporto de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, informou que possui armazenamento de combustíveis suficiente para abastecer os voos de origem (que partem) do aeroporto e que "está atento às decisões das companhias áreas com voos destino para aeroportos impactados pela falta de abastecimento, bem como os voos de outros estados, que tenham como destino o Aeroporto Internacional de São Paulo".
O aeroporto de Congonhas, em São Paulo, recebeu na madrugada desta quinta-feira (24) uma entrega de combustível que deve manter o fluxo de voos até o fim do dia. A Infraero, que administra o aeroporto, afirma que a situação no momento está normal e não há atrasos ou cancelamentos impactados pelo fornecimento de combustível.
A Infraero informou ainda que está monitorando a situação em todos os aeroportos que administra e que até as 15h30 desta quinta-feira (24), a situação está normal.
Já no aeroporto de Brasília, um dos mais afetados, a administradora do aeroporto, a Inframerica, informa que o combustível para aviação é insuficiente para a manutenção da operação regular do terminal aéreo.
Segundo a nota, a frota de caminhões que traz o Querosene de Aviação (QAV) continua retida no entorno do Distrito Federal. A administradora adotou uma medida emergencial: serão realizados somente pousos de aeronaves com capacidade para decolar sem a necessidade de abastecimento no terminal brasiliense. “É fundamental a liberação dos caminhões para normalizar o atendimento no aeródromo”, declarou a Inframerica.
O Aeroporto de Brasília é o terceiro mais movimentado e um dos maiores centros de conexão do país.
A concessionária também orientou os passageiros para buscarem informações sobre a situação dos voos com as companhias aéreas. Até às 17h de quarta-feira (23), não havia registros de atrasos ou cancelamentos por causa da falta de combustível.
Outros aeroportos administrados pela Infraero também sofrem impactos da paralisação dos caminhoneiros em diferentes estados do país. A reportagem do R7 entrou em contato com a Infraero para saber quais os aeroportos mais afetados no abastecimentos de combustível.
A estatal informou, porém, que quem se responsabiliza pelas informações sobre abastecimento de combustível é a Associação Nacional das Distribuidora de Combustíveis, Lubrificantes, Logítica e Conveniência, que, por sua vez, informou que ainda não tem a lista dos aeroportos mais impactados.
Alguns aeroportos administrados pela Infraero registram atrasos e cancelamentos, porém, não é possível saber se esses registros foram ocasionados pela paralisação de caminhoneiros. Nos 54 aeroportos sob controle da empresa, até o momento 571 voos operam no horário, 55 estão atrasados e 14 foram cancelados.
Entre os aeroportos administrados pela iniciativa privada, a maior parte não registra problemas decorrentes da manifestação dos caminhoneiros. Operam nomalmente os aeroportos de Guarulhos, em São Paulo, do Galeão, no Rio de Janeiro, Confins, em Belo Horizonte, e o Luiz Eduardo Magalhães, em Salvador.