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Aulas suspensas mudam rotina e criam novamente desafio para as famílias no ES

Governo Estadual suspendeu por 21 dias, a partir desta segunda (15), as aulas presenciais para alunos da rede pública e privada até 5 anos

Folha Vitória

Folha Vitória|Do R7

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A suspensão das aulas presenciais no ensino infantil por 21 dias, a partir de quinta-feira (18), vai alterar novamente a rotina de muitas famílias. Sem poder deixar as crianças na creche ou mesmo com outros parentes, como avós - que também são do grupo de risco do novo coronavírus - os pais vão precisar se adaptar, mais uma vez, com os pequenos dentro de casa. 

O anúncio na mudança nas aulas presenciais foi feito na tarde deste domingo (14), em decorrência dos 121 casos confirmados de infecções respiratórias em crianças. Além da lotação dos leitos pediátricos de covid-19, que vem registrando aumento nos últimos dias, chegando a 90% de ocupação. 

Diante disso, os pais que precisam trabalhar e não têm com quem deixar os filhos precisam repensar as medidas para lidar com a situação. Muitas empresas liberam seus funcionários para trabalhar em casa, mas e quem não tem essa opção? 

É o caso da família de Thiago de Oliveira Gomes, 27 anos e da Raissa Cuminotti de Oliveira, 23. Eles têm três filhos, dois na idade de 4 e 5 anos e que estão na creche. O casal não tem com quem deixar as crianças. Para eles, a creche desempenha uma função primordial no desenvolvimento pedagógico. Os filhos Thiago, de 4 anos e Sarah, de 5 anos, frequentam a creche desde os seis meses de idade. 


Raissa é manicure e atendia em um salão de beleza de Vitória, mas agora vai precisar cuidar dos filhos neste período. "A nossa renda vai diminuir, já que vou ter que ficar em casa. Teremos que nos adaptar novamente", pontou. 

O marido Thiago, que é estudante e estagiário de Direito, destacou ainda que a situação influencia diretamente na adaptação das crianças. "É bem complicado, a creche mesmo que não tenha a função direta de alfabetização, é muito importante para os pequenos", lembrou ele. 


Leia mais: Suspensão das aulas do ensino infantil em todo o ES divide opinião de especialistas

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A empresária Luciene Teixeira, mãe de dois filhos, Pedro Teixeira de 7 anos e Davi Teixeira de 3, pensou até em mudar de endereço e alugar um espaço perto do trabalho dela, para conseguir monitorar os filhos e trabalhar.


"Hoje (segunda-feira, 15) eu não fui trabalhar e a partir de agora vou precisar me adaptar à rotina. Não está fácil para ninguém, o ano passado fiquei um ano em casa. Afeta todo mundo", ressaltou Luciene. 

Na casa da Ivone Cosmi da Costa Correa a situação não foi diferente. Ela tem duas filhas, Isadora, de 7 anos, e Laysa, de 13. Ela e o marido estão em home office desde o início da pandemia, porém como todos precisam do computador, Ivone acaba atrasando alguns prazos do trabalho para emprestar o equipamento e dar atenção às filhas nas atividades escolares.

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"E eu acho que a pandemia prejudicou a alfabetização da Isadora. Vamos precisar pagar aulas de reforço para que ela possa acompanhar a turma", ponderou.

Ivone ressaltou que por ser do ramo de prestação de serviço, o salário não é fixo. "A nossa renda com a pandemia diminuiu e, além disso, vamos precisar gastar mais com educação", lamentou. 

Na rede privada, aproximadamente 17 mil crianças serão afetadas sem as aulas presenciais. "As atividades serão remotas, como foi feito no ano passado. Mas estamos dialogando com o governo e Ministério Público para que as escolas sejam consideradas serviços essenciais e saia do grupo de risco", frisou o presidente do Sindicato de Empresas Particulares de Ensino no Espírito Santo (Sinepe), Moacir Lellis.

Para o secretário geral da Associação de Pais e Alunos do Espírito Santo (Assopaes), Aguiberto Oliveira de Lima, o fechamento das escolas só faz sentido se for para conter o avanço da pandemia. 

"O posicionamento anterior do governo dava aos pais a escolha de ser híbrido, ou seja, ensino virtual e presencial, ou só o presencial. Ao nosso ver, essa medida é um equívoco, na Grande Vitória pode até fazer sentido, devido ao movimento urbano, agora em municípios pequenos não, já que há um controle maior", defendeu Aguiberto.

Ainda de acordo com ele, cerca de 136 mil crianças da rede pública foram afetadas com a decisão. E, nos próximos dias, a Assopaes vai dialogar com os pais das escolas públicas e privadas, buscando meios para viabilizar com os municípios menores outras alternativas. 

A suspensão das aulas foi feita por conta do aumento da ocupação do número de leitos pediátricos ocupados em mais de 90%, principalmente, por causa do aumento de doenças respiratórias agudas graves, além da covid-19. 

"Nessa semana aproximadamente 58 municípios iniciariam suas atividades. Esse início das atividades educacionais na educação infantil poderia representar uma pressão assistencial muito grande dentro desse momento." afirmou o secretário Nésio Fernandes durante a coletiva deste domingo (14). 

Reveja a coletiva:

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