Brinco na orelha do bebê: especialistas explicam como e quando fazer
Procedimento deve seguir todos os protocolos de higiene e somente deve ser feito por profissional qualificado
Folha Vitória|Do R7
Furar ou não furar a orelha dos bebês? Os questionamentos são muitos e há quem defenda os dois lados da moeda. O fato é que o tema sempre gera polêmica. Prova disso é um vídeo publicado recentemente no TikTok.
Com quase 772 mil visualizações e mais de 1766 comentários, até o início da tarde desta segunda-feira (6), ele mostra o momento em que é colocado um brinco em uma neném.
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Além de ficar assustada, chora logo em seguida. Também é possível notar uma que a pessoa tem uma certa dificuldade ao manusear o aparelho utilizado para o procedimento. Veja o vídeo:
Então: existe uma idade ideal para perfurar a orelha dos bebês? Quais os riscos? Como o procedimento deve ser feito?
Segundo Paulo Telles, pediatra, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), ouvido pelo Portal R7, as crianças podem ter as orelhas perfuradas logo após nascerem.
Porém, o procedimento não pode oferecer riscos para o bebê. Além disso, deve seguir todos os protocolos de higiene e somente deve ser feito por um profissional qualificado.
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A recomendação da SBP é de que o furo seja feito 15 dias após o nascimento. Com isso, o médico responsável poderá avaliar a saúde do bebê. Caso não existam problemas como a icterícia, por exemplo, ele poderá ou não autorizar o procedimento.
Amamentação x perfuração
Também ouvida pelo R7, a enfermeira obstetra Cinthia Calsinski, doutora em enfermagem pela Unifesp, faz algumas orientações. Entre elas, que o procedimento seja realizado em crianças com mais de 3 kg e também que já tenham passado pelos ajustes iniciais de amamentação.
Os profissionais pontuam que a perfuração pode ser realizada tanto por enfermeiras ou médicos, como também por métodos de acupuntura.
O pediatra acrescenta que fazer o furo enquanto oferece amamentação à criança pode gerar também efeito analgésico e acalmar o bebê.
Uso de pistolas não é indicado
O uso das pistolas para fazer os furos não é indicado, de acordo com o pediatra. Isso por que, além do barulho, que pode assustar, o método pode gerar furos assimétricos.
E um alerta! Nem todos esses equipamentos passam por esterilização e higienização adequadas, o que facilita processos infecciosos.
Já Cinthia lembra que, para que não haja intercorrências durante o processo de cicatrização dos furos, os pais precisam estar sempre com as mãos higienizadas ao manusear o lóbulo da orelha da criança. O local também deve ser limpo com álcool 70%, com a ajuda de um cotonete ou algodão. Além disso, uma vez ao dia, o brinco deve ser girado, impedindo que fique grudado na pele.
O uso de pomadas anestésica para diminuir o desconforto momentâneo de materiais com menor risco de provocarem reações alérgicas, como ouro maciço, aço cirúrgico ou aço inoxidável, também é indicado.
Risco de infecção
De maneira geral, o tempo de cicatrização gira em torno de 35 a 40 dias. Período em que é necessário verificar a existência de possível infecções. Alguns sinais podem ser observados: calor local, secreções e vermelhidão. Nesse caso, os pais devem buscar ajuda médica para ver o grau de inflamação.
"É importante lembrar que bebês recém-nascidos ainda têm a imunidade mais baixa e, apesar de se tratar de um procedimento simples, a contaminação pode ocorrer", completa Telles.
Os especialistas asseguram que, nesses casos, o ideal é higienizar bem o local com sabonete neutro, retirar o brinco, e buscar ajuda pediátrica.
"A perfuração por brincos é algo cultural da América Latina, mas na Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, não há esse costume logo ao nascer", finaliza o pediatra.
*Com informações do Portal R7
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