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Covid-19: casos mais leves da doença também deixam sequelas e merecem atenção

Apesar de serem menos perceptíveis, algumas sequelas podem evoluir para problemas mais graves se não forem tratadas a tempo

Folha Vitória

Folha Vitória|Do R7

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A lista de sequelas causadas pela covid-19 é extensa, e algumas já estão na ponta da língua de boa parte dos brasileiros: cansaço, perda de olfato e paladar. Mas, o que muita gente não sabe é que, mesmo em casos leves, a doença pode deixar rastros que ainda assim merecem atenção.

O portal R7 entrevistou o cardiologista João Vicente, médico assistente do InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP). Ele afirmou que o ideal é que quem desenvolveu a covid-19 de forma leve ou moderada passe por uma avaliação médica em pelo menos 30 dias após a recuperação.

Uma pesquisa da Universidade de Medicina de Washington, nos Estados Unidos, mostrou que 3 em cada 10 pessoas diagnosticadas com covid tiveram sequelas em até 9 meses depois, mesmo em casos leves, como cansaço, perda de olfato e paladar, dificuldade para respirar e confusão mental.

“A covid tem uma predileção pelo pulmão, coração e rins, esses são os órgãos mais afetados. Se a partir de 30 dias a pessoa apresentar alguma alteração nesses órgãos, é preciso fazer o acompanhamento. As complicações nem sempre são graves em quem teve covid leve, mas se ocorrer, é preciso estar atento e tratar desde já”, avalia Vicente.


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Segundo o R7, a neurocirurgiã Tatiana Vilasboas explica que a covid-19 é uma doença trombogênica, capaz de formar coágulos sanguíneos que podem entupir veias e artérias, resultando em alterações nas funções hepática, renal e neurológica, a depender do órgão atingido.


“Quando essa trombose acontece em um grande vaso do pulmão, o paciente tem insuficiência respiratória aguda, como nos casos graves da doença. Porém essa trombose pode acontecer em pequenos vasos, a pessoa aparenta estar bem, mas está com um trombo no rim ou no cérebro, por exemplo”, diz a médica.

Outro estudo, realizado pelo InCor, mostrou que 80% das pessoas diagnosticadas com a doença apresentam sequelas cognitivas após a recuperação.


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No caso da perda de olfato e paladar, o otorrinolaringologista Levon Mekhitarian Neto explica que o problema pode durar até quatro semanas após a cura da covid-19 e que, caso as sensações não voltem ao normal depois deste período, é preciso buscar um acompanhamento especializado.

“É importante a pessoa não achar que depois das quatro semanas as sensações vão voltar, tenho pacientes que estão há seis meses sem sentir cheiro e gosto. Se a pessoa demora em buscar ajuda, a perda pode se tornar permanente”, afirma o especialista.

Com informações do Portal R7

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