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Crise econômica aflige mais os brasileiros do que pandemia

Crise e inflação são as maiores preocupações para 37% e 29% das pessoas, respectivamente; especialista fala sobre o panorama e alternativas para PMEs

Folha Vitória

Folha Vitória|Do R7

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A redução no número de casos e mortes por Covid-19 observada na comparação entre o início do ano de 2021 e o mesmo período de 2022 vem gerando um sentimento de “pós-pandemia” na população brasileira. 

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Travessia, que contou com a participação de mil pessoas entre os dias 5 e 6 de abril, a crise econômica ocupa o primeiro lugar na listagem de temas que afetam todas as classes sociais: o tema é mencionado por 37% dos entrevistados com ganhos de até dois salários mínimos, e por 33% dos participantes com renda maior. 

A inflação aparece em segundo lugar no ranking de preocupações para 2022. O tópico foi citado por 29% dos brasileiros com renda mensal de até dois mínimos e para 28% dos que ganham entre dois e cinco salários mínimos, e para 23% dos participantes com renda superior à base salarial.

Com relação à pandemia de Covid-19, a pesquisa demonstrou que 37% dos indivíduos são contra a aplicação da quarta dose, 20% não têm opinião definida e 43% esperam tomar as doses necessárias para cumprir todo o esquema vacinal. Para 42% dos participantes com renda menor do que dois salários mínimos, a crise sanitária chegou ao fim no país. A taxa é ainda maior entre os brasileiros com renda maior: 66% dos cidadãos com rendimento acima de cinco salários mínimos acreditam no fim da pandemia.


De fato, o Brasil tem o menor número de mortes por Covid-19 desde março de 2020, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados em 8 de maio. Foram confirmadas 13 mortes pela doença no país nas últimas 24 horas. No total, são 664.139 vítimas em solo brasileiro desde o início da crise sanitária. O número de óbitos registrados nas últimas 24 horas é o menor desde 24 de março de 2020, quando foram confirmadas 12 mortes. 

Ainda de acordo com Ministério da Saúde, foram aplicadas 418,81 milhões de doses de vacina contra a covid-19 no país, sendo 175,16 milhões de primeira dose, 155,72 milhões de segunda dose e 4,84 milhões de doses únicas. Além disso, 77,57 milhões de brasileiros tomaram doses de reforço, 2,13 milhões tomaram a segunda dose e 3,37 milhões receberam doses adicionais.


Richard Clayton, fundador da Trinta Porcento, empresa que atua com contabilidade e gestão empresarial, acredita que o temor dos brasileiros com relação à crise econômica em detrimento à crise sanitária seja uma reação natural, uma vez que a pandemia já está mais estabilizada e as pessoas estão mais tranquilas em relação a saúde. Por isso, a preocupação volta para a questão financeira do país.

“Infelizmente, uma pandemia gera um impacto financeiro muito grande nos países, ainda mais em um país subdesenvolvido, como o Brasil. Com a paralisação de atividades primárias que impactam em produtos básicos como matéria-prima e insumos no mercado, a inflação tende a aumentar e, automaticamente, os juros básicos aumentam, gerando uma retração completa”, afirma.


Clayton explica que, com a taxa de juros alta, as empresas passam a ter dificuldade em conseguir créditos e, quando conseguem, o custo do financiamento fica elevado. “Com isso, diminui-se a capacidade de caixa das empresas, o que gera uma retração natural no consumo e na geração de emprego e impacta diretamente a produtividade brasileira, dificultando o crescimento e enriquecimento da população”.

Passo a passo pode minimizar impacto da crise para PMEs

De acordo com o fundador da Trinta Porcento, a crise econômica representa um fator de risco para as PMEs (Pequenas e Médias Empresas). Apesar disso, algumas medidas podem ser tomadas a fim de superar a tormenta.

“As PMEs podem seguir um passo a passo para vencer contextos econômicos desafiadores como este. Para começar, é preciso analisar como reduzir seus custos operacionais. O segundo ponto é aumentar os investimentos em produção ou tecnologia para aumentar a escala”, pontua.

O terceiro passo é rever a política de preços dos produtos e serviços após redução dos custos e investimento na produção, acrescenta o especialista. “O quarto ponto, por sua vez, é contar com uma assessoria externa que auxilie nos pontos citados acima e demais questões particulares dos negócios ou, até mesmo, analisar a possibilidade de pivotar o modelo de negócio caso a situação da empresa esteja mais grave”, completa.

Por fim, segundo Clayton, também é importante fazer a contenção do aumento da inflação e taxa básica de juros - o que não compete às PMEs, mas que pode ser um ponto defendido pelos empresários. “Com o governo equilibrando ambos, os negócios de pequeno e médio porte conseguirão ter acesso a crédito barato, aquecendo assim a economia do país”.

Para mais informações, basta acessar: http://trintaporcento.com.br/

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