Folha Vitória Denúncia de professora da Ufes ajuda no resgate de fósseis na França

Denúncia de professora da Ufes ajuda no resgate de fósseis na França

Ao todo, 998 fósseis serão devolvidos ao Brasil por autoridades francesas

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Foto: Divulgação Ufes
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Uma denúncia feita por Taissa Rodrigues, professora do setor de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), levou à recuperação de diversos fósseis retirados ilegalmente do Brasil. 

Os artefatos foram retirados da Formação Crato, sítio paleontólogo situado na Bacia do Araripe, divisa do Ceará com Pernambuco e Piauí. O sítio é um dos 177 geoparques mundiais da Unesco e o primeiro a receber esta classificação na América Latina e no Caribe. 

Os fósseis foram encontrados em site de vendas da internet e traziam remanescentes de peixes, dinossauros, pterossauros, insetos e tartarugas. 

Ao todo serão devolvidos ao Brasil 998 fósseis retirados ilegalmente da Bacia do Araripe. A devolução é de responsabilidade de autoridades alfandegárias da França, que ainda não retornaram os objetos por conta de embaraços formais. 

De acordo com a legislação, os fósseis são patrimônios nacionais, uma vez que desde 1942 a lei determina que todo material encontrado sob o solo é patrimônio do Brasil e não pode ser vendido.

A professora destaca, no entanto, que existem uma defasagem no número de profissionais responsáveis pela área no Brasil. 

“O Brasil tem muitos depósitos de fósseis, mas a Agência Nacional de Mineração não tem número suficiente de servidores paleontólogos para verificar a presença deles em todas as minas da região do Cariri. São vestígios de 110 milhões de anos, bonitos, bem preservados e fáceis de transportar”, explicou. 

Devolução

Durante os anos 1980 diversos fósseis foram retirados da unidade geológica Formação Romualdo e vendidos ilegalmente. Na década seguinte, com a crise econômica que o Brasil enfrentou, muitos artefatos também foram vendidos a museus no exterior. 

A professora Taissa Rodrigues integra, desde 2017, comitês da Sociedade de Paleontologia de Vertebrado, participando ativamente do comitê de ética, e relata que existem diversos casos, como Ubirajara, dinossauro descoberto no Brasil que se encontra na Alemanha e será devolvido ao país devido a movimentações de paleontólogos nas redes sociais. 

*Com informações do Portal da UFES 

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