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Entenda a diferença entre eficácia e eficiência de uma vacina

Durante as pesquisas sobre a vacina da covid-19, o termo 'eficácia' é diferente de 'efetividade', que diz respeito à eficiência

Folha Vitória|

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A corrida em busca da produção das vacinas contra a covid-19 tem sido acompanhada por duas palavras: eficácia e efetividade. Apesar de certa semelhança, os dois termos possuem conceitos diferentes dentro do processo de pesquisa. De acordo com o primeiro-secretário da Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm) e infectologista, Renato Kfouri, é de suma importância que esses conceitos não sejam confundidos.

"O termo eficácia se refere aos resultados dentro de um estudo clínico da vacina. Nestes estudos controlados, os voluntários têm um acompanhamento para se verificar se a vacina protegeu mais quem recebeu a própria vacina ou um placebo. Se foi a vacina, será constatada a eficácia", explica.

O termo "efetividade" consiste na eficiência e é aplicada em casos que abordem a descrição de resultados da vacina após a imunização da população.

"Eficiência, que chamamos de efetividade, se refere mais ao mundo real, depois que aplicamos a vacina na população. Então se relaciona a quantas hospitalizações foram reduzidas, quanto diminuiu o número de casos, quantas mortes foram evitadas. Isso depende de fatores como a quantidade de doses tomadas, o número de vacinados em cada região, como foi a cobertura vacinal e qual foi o grupo alvo. A efetividade mede o impacto da vacinação", apontou.

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Durante a busca pelo imunizante, as empresas fabricantes, a partir do último dia 18, passaram a divulgar o grau de eficácia de cada vacina produzida e que se encontra na terceira fase (última etapa antes do uso em massa). De acordo com a Pfizer, a vacina que está sendo produzida com a BioNTech, possui 95% de eficácia.

Neste mesmo período, e empresa norte-americana Moderna e a chinesa Sinovac, publicaram pesquisas mostrando eficácia de 94,5% para a primeira e de 97% para a segunda.

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A vacina produzida pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca, apresentou uma eficácia menor, mas também alta, que varia entre 62% e 90%, após estudos realizados com mais de 20 mil pessoas. Em média, a proteção atingida é de 70%.

Vacinas diferentes, estudos semelhantes

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As estruturas destes imunizantes possuem diferenças. No caso da Oxford, o vetor utilizado é chamado de adenovírus e nela a aplicação acontece em dose única. O adenovírus tem em sua composição um fragmento do material genético do Sars-CoV-2 (novo coronavírus), o que obriga as células do organismo humano a produzirem os espinhos do coronavírus, também chamados de espículas, que são usados como proteção contra o vírus.

A Coronavac possui um modelo mais tradicional que carrega o vírus inativado, como a vacina da gripe. Vale ressaltar que as diferenças entre os imunizantes não interfere nos graus de eficácia e a efetividade, segundo Kfouri.

"Todos os estudos que se encontram na fase 3 seguem o mesmo desenho, com uma parte dos voluntários recebendo a vacina e outra o placebo. Todos se baseiam no acompanhamento dos voluntários. A ideia é que, se a vacina funciona, caso, por exemplo, apareçam 100 casos de covid-19, quase todos eles são os que receberam o placebo".

O infectologista Hélio Arthur Bacha, da Sociedade Brasileira de Infectologia, afirma que, durante as pesquisas, caso haja 95% de eficácia, isso quer dizer que este percentual de voluntários foram protegidos da covid-19 pela vacina, o que consiste no "quase todos" citado por Kfouri.

"Temos, no entanto, de ser sempre precavidos em relação a um estudo. Por outro lado, essa efetividade pode ser até melhor do que a esperada em muitos casos. Por exemplo, a medicação para o HIV prometia ser boa e se constatou depois que era muito boa. Muitas drogas se mostram efetivas na aplicação prática", apontou.

Bacha já foi infectado pelo novo coronavírus e perdeu 10 kg, ele afirma que os índices divulgados são promissores, mesmo com a necessidade de que a confirmação seja feita na prática.

"Para a covid-19, já se esperava que uma eficácia de 60 a 70% seria de grande contribuição. A eficácia de vacina contra a febre amarela e sarampo é de 98%. Com esse percentual, dá para se erradicar a doença", completa.

* Com informações do Portal R7

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