Espírito Santo tem capacidade de vacinar 1 milhão de pessoas em um mês, afirma Sesa
Previsão da secretaria é de que os municípios tenham condições de iniciar a vacinação contra a covid-19 48 horas depois de as doses chegarem ao estado
Folha Vitória|Do R7
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) garante que o Espírito Santo tem capacidade de vacinar cerca de 1 milhão de pessoas em um mês contra o coronavírus, quando o imunizante estiver disponível para o Estado. A informação foi passada durante uma coletiva de imprensa da secretaria, na tarde desta segunda-feira (11).
De acordo com o subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, o Espírito Santo possui 497 salas de vacinação fixas. No entanto, durante as campanhas de vacinação, esse número geralmente ultrapassa as 500 salas, já que os municípios também adotam suas estratégias de imunização.
"Estimando que nós poderíamos vacinar 100 pessoas em cada sala de vacina, nós poderemos vacinar 1 milhão de pessoas, sem alterar horário, sem alterar dias, em um mês. Em 20 dias de trabalho, nós vacinaríamos 1 milhão de pessoas", destacou o subsecretário.
Ainda segundo Reblin, a previsão é de que os municípios capixabas tenham condições de iniciar a campanha de vacinação contra a covid-19 em até 48 horas depois de as doses chegarem ao estado. "Temos condições estruturais para iniciar a vacinação assim que ela chegar ao Espírito Santo", frisou.
Já o secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, destacou que um plano de segurança para escolta das vacinas já está montado pelo governo do Estado. "Nós temos já pactuado com as forças de segurança do Estado a escolta das vacinas até a nossa unidade central e até as regionais. Iremos garantir a devida segurança às vacinas na distribuição no Estado do Espírito Santo", afirmou.
Nésio Fernandes destacou ainda que os municípios também devem planejar, não só a segurança, como o funcionamento adequado da rede elétrica dos locais de vacinação. "Recomendamos aos municípios capixabas para que eles garantam uma segurança também dessas vacinas na rede de fio de cada município, em especial nas cidades centralizadas, e que elas sejam distribuídas para as unidades de vacinação em pequenas quantidades, para poder preservar a segurança das mesmas".
Vacinação ainda em janeiro
Durante a entrevista coletiva desta segunda-feira, o secretário reafirmou o que já havia dito na última sexta-feira (8), de que há uma perspectiva de que a vacinação contra o novo coronavírus comece ainda em janeiro no Espírito Santo. Ainda segundo ele, a expectativa é de que, até o final deste mês, 35 mil capixabas já recebam a primeira dose.
"Serão disponibilizadas 2 milhões de doses da vacina contra a covid-19 para todo o país. O objetivo será a aplicação em 15% do total de trabalhadores da saúde, que estão atuando no combate à covid-19, da população idosa com mais de 60 anos, residente em instituições de longa permanência, e da população indígena do nosso estado", disse Nésio Fernandes, na sexta-feira.
Uma das possíveis vacinas a serem utilizadas no Espírito Santo é a CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan. Na semana passada, o governo de São Paulo anunciou que o imunizante apresentou pelo menos 78% de eficácia contra a covid-19, portanto mais do que os 50% exigidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A vacina seria ainda mais eficiente na prevenção dos casos graves da doença.
"O mais importante, neste momento, é nós termos aquela diminuição de gravidade para internação, para intubação, aquela doença mais grave. Nós já tivemos muitas pessoas, no Brasil, que tiveram doenças leves e que não evoluíram. O que a gente precisa é impedir essa progressão", destacou a professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e pós-doutora em epidemiologia, Ethel Maciel.
Outra possibilidade é a vacina da Universidade de Oxford com o laboratório AstraZeneca. A documentação ainda está sendo analisada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para a epidemiologista, após a aprovação, o Ministério da Saúde deverá agir com cautela para evitar confusões.
"Como nós não temos vacinas para todos, neste momento, a comunicação vai precisar ser muito bem feita, para não ter confusão. A última campanha, de febre amarela, nós tivemos briga na fila, as pessoas não entendiam que a gente tinha, por exemplo, número de doses por dia", lembrou Ethel Maciel.