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Estudantes projetam Brasil no ranking dos melhores nas competições de robótica

Embora os robôs ainda sejam pouco utilizados nos parques industriais, país se destaca em torneios mundiais na área. Mão de obra qualificada será o que as empresas esperam para a transição à indústria 4.0.

Folha Vitória

Folha Vitória|Do R7

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O Brasil tem se tornado um celeiro de jovens talentos no mundo da robótica. Embora o país tenha um investimento tímido nessa tecnologia em seus parques industriais, com aumento de apenas 3% no uso de robôs desde 2015, segundo a Federação Internacional de Robótica, é nas escolas que a revolução vem acontecendo. O que contribui para a formação de profissionais tão necessários para a chamada Indústria 4.0.

Atualmente, o país está entre os mais bem posicionados nas principais competições do gênero: a FIRSTRobotics Competition (FRC), o Global Innovation Awards (GIA) e o F1 in schools. Este ano, uma equipe brasileira venceu o prêmio, em meio a 20 finalistas, do Global Innovation Awards 2022, nos Estados Unidos. A premiação tem como propósito incentivar a nova geração de inovadores e empreendedores a criar soluções para os problemas atuais da sociedade por meio da ciência, da tecnologia, da engenharia e da matemática.

Outras quatro equipes, finalistas do Torneio Sesi de Robótica de 2021 vão para a competição internacional do F1 in Schools Global, que ocorre no Complexo do circuito de Silverstone, na Inglaterra. A competição, que ocorre entre 9 e 15 de julho, envolve 53 equipes de 25 países e proporciona a elas viver situações reais das corridas de F1. Além de pensar no projeto, na modelagem e na testagem dos protótipos de carro, os grupos assumem as funções de marketing, gerenciamento e engenharia.

As habilidades desempenhadas pelos jovens talentos acabam por estimulá-los a outras áreas consideradas fundamentais para o mercado de trabalho, que envolvem a empatia, o comprometimento, a capacidade de trabalhar em grupo e o exercício da liderança. Considerando a qualificação deste público nos experimentos estudantis não é difícil prever que estes serão os profissionais do futuro que o mercado tanto almeja para contribuir com a transformação industrial no país. Afinal, as organizações seguem investindo no capital humano para que a troca de conhecimento e experiências ajudem a alavancar as vendas.


A atuação dessa mão de obra para automação na indústria automobilística, assim como em outros setores, traz como consequência redução nos custos, conforto, segurança e menor índice de erros nos processos fabris. Desde que foi introduzida nas empresas, a robótica revolucionou as linhas de montagem, que passaram para a produção seriada, entre outros processos, alavancando a economia local.

Para o técnico em Automação, Roderlei Ruske, a evolução tecnológica é inevitável e traz consigo maior arrojo e competitividade para o mercado. No Brasil, um dos setores que mais utilizam a tecnologia robótica é a de fabricação e montagem de automóveis.


“Na indústria automobilística, os robôs mais utilizados são os articulados. Os que se destacam mais são aqueles que trabalham na solda ponto com pinças eletromecânicas ou pneumáticas, na aplicação de cola de vedação, na solda Mig/Mag, na manipulação de peças e na paletização”, disse.

O profissional listou os diversos tipos de robôs essenciais nessa área. São eles: os robôs cartesianos, que trabalham em três eixos lineares que usam o sistema de coordenadas cartesianas (X, Y e Z); e os robôs articulados, que se assemelham a um braço humano e são úteis na montagem, soldagem a arco, manuseio de materiais, manutenção de máquinas e embalagem.


“Também existem os robôs Deltaque têm três braços conectados a uma única base e são utilizados para aplicações rápidas; e os robôs colaborativos, que podem interagir com segurança junto a humanos em um espaço de trabalho compartilhado”, explica Ruske, que tem 13 anos de experiência na área.

MPMEs ganham apoio do Sesi para automatizar suas atividades

Referência no uso da robótica na educação, o Serviço Social da Indústria (Sesi) abriu um processo seletivo para projetos inovadores que impulsionem as Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs) ao campo das mais recentes técnicas de automação, digitalização, gestão de dados e conectividade. O objetivo é colaborar na melhoria do processo de produção e ganhos de produtividade, seguindo as tendências da indústria 4.0. A iniciativa é voltada para empresas e startups de todos os portes.

Em maio, a automação industrial foi um dos focos da Feira Internacional de Máquinas e Equipamentos (Feimec 2022), promovida pela Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). O evento contribuiu com o debate sobre soluções para a indústria 4.0, qualificação e mão de obra, desenvolvimento do setor e abriu espaço para exposição das novidades do ramo tecnológico. Para 2023, o Brasil sediará um dos maiores eventos da América Latina do setor: a Feira Internacional de Máquinas-Ferramenta e Automação Industrial. A expectativa é de que participem 55 mil empreendedores de pequenas, médias e grandes indústrias.

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