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Família de homem morto em confronto com a PM em Cariacica nega versão da polícia

Uma das testemunhas que tentou ajudar Alessandro de Freitas Santos, informou que houve muita resistência por parte da polícia em deixar a população ajudar a socorrê-lo

Folha Vitória|

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A família de Alessandro de Freitas Santos, de 29 anos, morto nesta terça-feira (11), durante um confronto com a Polícia Militar no bairro Presidente Médice, em Cariacica, confirmou que ele tinha envolvimento com o tráfico, mas nega a versão da polícia. 

A reportagem da TV Vitória/ Record TV conversou com os familiares do rapaz. De acordo com a mãe da vítima, Marlene Marciano de Freitas, Alessandro não tinha arma de fogo.

"Meu filho estava sentando brincando na internet perto do beco. Quando viu a polícia, ele correu. Quando ele correu, a polícia já saiu do carro e atirou nele, atingindo nas costas. Mataram ele inocente, sem nada. Ele não tinha arma, eles não foram recebidos com troca de tiros, é mentira. Meu filho vendia drogas, mas ele não tinha arma. Nunca matou ninguém e nem roubou", contou ela.

O irmão gêmeo da vítima, Alexsandro de Freitas, reforçou que Alessandro nunca fez mal a ninguém. 

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"Ele tinha o envolvimento, mas essa versão que ele deu um tiro na viatura e que estava armado é mentira. Ele nunca fez mal a ninguém", ressaltou.

>> Leia também: VÍDEO | Micro-ônibus do Transcol é incendiado em Cariacica

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Entretanto, a versão contada pela Polícia Militar é de que o suspeito foi baleado por um militar, após fugir a uma abordagem e atirar contra os policiais. 

"Os militares se deparam com dois indivíduos, com posse de arma de fogo. Onde um estava com uma pistola e o outro com uma arma calibre 12mm. Esses indivíduos, ao avistarem os militares, efetuaram disparos contra eles. Como está escrito no código penal militar, eles repeliram a justa agressão. Apenas o militar que estava na posição de efetuar o disparo, efetuou o disparo", declarou o Capitão Pontes, comandante da primeira e terceira Companhia do 7º Batalhão.

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De acordo com os moradores, que relataram a mesma versão, Alessandro estava sentado em uma calçada com um amigo. Quando a dupla viu os militares, eles correram. Na tentativa de fugir dos policiais, Alessandro desceu pela escadaria de um beco, acabou atingido nas costas e caiu no chão.

Os familiares ficaram sabendo do que tinha acontecido. O irmão e algumas testemunhas desceram as escadas para ajudar Alessandro. Segundo vizinhos e o próprio irmão da vítima, a polícia não teria deixado que ele fosse socorrido.

"A polícia bateu no amigo do rapaz porque ele estava tentando ajudar a pegar meu filho. Ele estava agonizando. Ainda estava vivo. E a polícia não deixou. Ele morreu na estrada. Onde ele (o filho) estava tinha uma escadaria e foi difícil para carregar", relatou Marlene.

Uma das testemunhas que tentou ajudar Alessandro, informou que houve muita resistência por parte da polícia em deixar a população ajudar a socorrê-lo. 

"Eles não queriam deixar de jeito nenhum, e eu não sei porque, mas não deixavam a gente socorrer. Um policia até me segurou. A população chegou e conseguiu tirar ele. Não fui agredido, só a resistência dos policiais mesmo", contou o comerciante. 

A família de Alessandro alegou ainda que ele já havia sido abordado pelos mesmos militares há duas semanas e que foi uma situação de tensão.

"Quando abordaram eles, o policial disse para eles saírem da rua. Ele (Alessandro) sentou em um muro e disse: 'senhor, se passar aqui 10 mil vezes, vão me ver no mesmo lugar. E o militar rebateu dizendo que iria abordar ele todas as vezes, se precisasse, o levaria preso e se ele tentasse alguma coisa, ia matar ele", contou Verônica Gomes, cunhada da vítima. 

Mesmo depois de ser socorrido ainda com vida pelos moradores, Alessandro não resistiu e morreu ao dar entrada no PA de Alto Lage. Poucas horas depois, suspeitos do bairro colocaram fogo em um ônibus.

O clima no bairro nesta quarta-feira (12) ficou tenso, após os acontecimentos. Militares se espalharam por vários pontos da região. Os motoristas de ônibus se recusando a entrar nos bairros da região e, a população foi prejudicada à espera de coletivo por horas.

"Estamos aumentando ainda mais a presença policial no bairro e nas regiões vizinhas. Isso foi uma medida imediata da Ceturb para evitar que novos incidentes acontecessem, mas agora já ocupamos o terreno. O comando da instituição tem nos dado suporte para aumentarmos a presença policial", pontuou o Capitão Pontes.

Segundo a polícia, os responsáveis por atear fogo no coletivo já foram identificados e as investigações seguem para localizar os suspeitos. O capitão ainda informou que Alessandro fazia parte do tráfico da região e tinha passagem na justiça por receptação. 

"Toda atuação militar onde decorre lesão ou morte é instaurado inquérito policial e todas as informações que chegam são devidamente apuradas. Se há ação ilegal, o militar é responsabilizado. No caso em questão, não se vislumbra isso. Houve realmente legitima defesa", explicou o militar.

*Com informações da repórter Nathália Munhão, da TV Vitória / Record TV.

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