Meghan e Harry: chegada de bebê simboliza realeza 'plural e receptiva'
Para especialista, união de príncipe e ex-atriz americana simboliza forte laço do Reino Unido com as várias populações no mundo
Folha Vitória|Do R7
A chegada do filho do príncipe Harry, do Reino Unido, com a ex-atriz americana Meghan Markle — cuja gravidez foi anunciada na última semana — simboliza uma família real britânica mais "plural e receptiva", de acordo com Renato Vieira, professor de História da Comunicação nas Faculdades Integradas Rio Branco e autor do livro God Save The Queen - O imaginário da realeza britânica na mídia.
O anúncio da gestação se deu durante a primeira viagem internacional dos duques de Sussex à Austrália. A tour deve seguir até 31 de outubro. Segundo o professor, não só a chegada do bebê como a própria união de Harry e Meghan simbolizam "o forte laço do Reino Unido com as várias populações existentes no mundo". "O império britânico foi um dos maiores da história e está presente na trajetória das mais diversas nações", completa o especialista.
A aposta é de que a história de Harry e Meghan continue a despertar a simpatia dos britânicos comuns: "Você vê o casal, ela com um sapato sem salto, sem uma roupa pesada e ele com uma camiseta de manga dobrada... as pessoas olham e pensam: eles são gente como a gente”, diz Vieira.
Mais que isso, a união inter-racial de Harry e Meghan e o nascimento de seu filho deve fortalecer as celebrações pela unidade britânica: "Isso é algo importante na Europa, onde vemos surgir alguns movimentos racistas ou pouco simpáticos a refugiados e pessoas de origens diferentes... Temos que lembrar que a Meghan é americana e tem a mãe negra — o que mostra uma monarquia que não tem mais preconceito", pondera o professo.
Renato Vieira lembra que o futuro herdeiro ou herdeira tem poucas chances de se tornar rei ou rainha — a criança é a sétima na linha de sucessão ao trono. "Além disso, não deve ocupar nenhum cargo político, apesar de ocupar uma posição pública importante dentro de um regime monárquico. A questão da representatividade deve ser ainda mais fortalecida no Reino Unido".
Na opinião do especialista, é ainda simbólico que Harry tenha confessado sua preferência por ser pai de uma menina — uma vez que Meghan está diretamente ligada às causas do papel da mulher na sociedade. O especialista até arrisca um palpite: "Se de fato isso se confirmar, muito provavelmente essa menina poderá se chamar Diana".
*Estagiária do R7, sob supervisão de Ana Luísa Vieira