"Minha filha viu o irmão ser morto e está traumatizada", diz ex de mãe suspeita de matar o filho
O ex-companheiro da suspeita contou ela ligou pedindo para que ele fosse buscar a filha. A menina, a todo momento, apontava para a cama onde estava o corpo do irmão
Folha Vitória|Do R7
O pai de uma das filhas da mulher suspeita de ter matado o filho Gabriel Figueiredo, de 7 anos, disse que a menina está traumatizada com o que aconteceu na família. Segundo ele, o crime teria ocorrido na frente da filha, de apenas 3 anos, e de outro irmão, de 6 anos.
O corpo de Gabriel foi encontrado enrolado em um lençol debaixo de uma cama, na manhã deste domingo (06), no bairro Nova Carapina II, na Serra. A mãe dele, Drielli Figueiredo Pires, de 28 anos, confessou para polícia que matou o menino asfixiado. Ela foi presa quando, segundo a polícia, tentava fugir.
O ex-companheiro da suspeita e pai de uma das filhas dela contou que, na última sexta-feira (04), recebeu uma ligação de Drielli pedindo para que fosse buscar a filha. Ele mora em Santa Tereza, região Serrana do Estado, e foi até a casa para buscar a menina.
Ele disse que percebeu que tinha algo errado. Segundo o rapaz, a filha a todo momento apontava para debaixo da cama. Ele chegou a perguntar para Drielli sobre Gabriel.
"Cheguei lá, ela estava sentada. Eu perguntei sobre ele, aí ela disse que o pai passou lá de manhã e sumiu com o menino. Disse que estava preocupada porque ele podia matar o menino. Ela (a filha) fazia sinal para debaixo da cama. Eu perguntei se ele não estava escondido lá, mas ela disse que o pai tinha levado embora. Ela começou a ficar nervosa. O outro menino pediu para mim levar ele também. Certamente, devido a cena", contou.
Outro filho da suspeita também teria presenciado a morte do irmão
O outro filho da mulher, que também teria presenciado o crime, foi acolhido pelo Conselho Tutelar da Serra e levado para a casa da família do pai dele.
A conselheira Andréa Moreira Gomes, que acompanha o caso, disse que a todo momento o menino fala que a mãe matou o irmão.
A guarda provisória dele ficará com a família paterna, que em seis meses deve acionar a Justiça e pedir a guarda definitiva.
A suspeita tinha outros dois filhos, que moram na Bahia com os familiares dos respectivos pais. A mulher está grávida de oito meses do sexto filho.
Suspeita teve prisão preventiva decretada pela Justiça
A mulher teve a prisão preventiva decretada pela Justiça durante a audiência de custódia, que aconteceu nesta segunda-feira (07).
Como a suspeita declarou fazer uso de medicamentos controlados, a juíza Raquel de Almeida Valinho determinou que ela seja encaminhada para o Hospital Estadual de Atenção Clínica, em Cariacica, para atendimento de urgência e emergência psiquiátrica.
A defesa chegou a pedir a internação compulsória de Drielli, mas o pedido não foi atendido pelo Ministério Público e nem pela juíza. A suspeita passara apenas por atendimento médico e ficará sob escolta de equipes do Centro de Triagem de Viana.
Levando em consideração outros processos envolvendo a mulher, a juíza entendeu que a liberdade da suspeita é um risco para a sociedade.
"A liberdade da autuada, neste momento, se mostra temerária e a prisão preventiva oportuna, uma vez que esta em liberdade poderá voltar a cometer atos da mesma natureza, intimidar testemunhas e se evadir do distrito de culpa", considerou a juíza.
Mulher suspeita de matar o filho confessou o crime, diz polícia
A mãe de Gabriel confessou o crime. Durante o depoimento, que durou seis horas, Drielli disse que matou o filho asfixiado com um travesseiro. Para não levantar suspeitas, ela teria envolvido o filho em lençóis e ocultado o corpo embaixo da cama.
Para os vizinhos, a mulher contou que a criança estava na casa do pai. Só que o homem está preso no Paraná e isso causou desconfiança entre os populares.
Segundo os vizinhos da família, na última sexta-feira a mulher foi vista bêbada e chorando na região. Ela dizia que o filho não iria voltar para casa nunca mais. Questionada sobre o que teria acontecido, a mãe do menino contou aos vizinhos que o pai teria o levado.
Algumas pessoas, no entanto, desconfiaram do sumiço do menino. Eles relataram para a polícia que vinham sentindo um forte odor vindo da casa em que a mulher morava com os filhos e, por isso, na manhã deste domingo, acionaram a polícia.
A equipe da Polícia Militar chegou ao local e encontrou a casa aberta, aparentemente vazia. Ao sentirem o forte odor, os policias olharam debaixo da cama e viram o corpo enrolado em várias camadas de faixas de lençóis.
Os policiais iniciaram a busca pela suspeita que, segundo testemunhas, estava tentando fugir do bairro com um dos filhos, de 6 anos.
A mulher foi levada para delegacia e prestou depoimento. De acordo com a Polícia Civil, Drielli Figueiredo foi autuada pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e posse de entorpecentes para consumo próprio.
O corpo de Gabriel continua no Departamento Médico Legal, em Vitória. Como na certidão não há o registro do nome do pai e a família por parte de mãe vive na Bahia, as questões legais para a liberação do corpo do menino ainda precisam ser resolvidas.
O que diz a defesa?
O advogado de defesa, Pedro Ramos, disse que se reservará ao direito de analisar o caso e se manifestar no decorrer do processo, asseguradas as garantias constitucionais.
*Com informações da repórter Milena Martins, da TV Vitória/Record TV.