Vinte anos após o incêndio que destruiu suas estruturas, o Mercado da Capixaba ganha obras de reforma, que se iniciaram na segunda quinzena de agosto deste ano.
Pela previsão da Prefeitura de Vitória, o prédio de dois pavimentos, que abrigava um mercado popular e a sede da Secretaria de Cultura da capital, será entregue restaurado em 2024.
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O projeto prevê reforma das fachadas, do telhado, além de instalação de ar-condicionado, elevador, salas de multiuso nos dois pavimentos e até uma rua de lazer, na rua Araribóia, paralela ao imóvel.
"A reforma não é algo simples pois estamos lidando com um prédio histórico. Não é reconstrução, é um restauro. É um prédio que representa o coração do Estado do Espírito Santo e, por isso, estamos lidando com muito cuidado. As equipes estão motivadas. Contratamos os melhores profissionais. Vai abrigar 18 lojas e ali nós teremos gastronomia, arte, cultura, culinária, produtos capixabas, tudo o que representa o nosso Estado", destacou o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, para a reportagem da TV Vitória, que acompanhou o andamento das obras nesta segunda-feira (19).
A obra está orçada em R$ 9 milhões e os investimentos serão recursos próprios da Prefeitura de Vitória. "Temos dinheiro em caixa para a obra e, se Deus quiser, vamos inaugurar essa obra num período inferior a dois anos, que seja entregue ainda na nossa gestão e que o Mercado da Capixaba volte a ser o orgulho para o Centro de Vitória e para todo o Espírito Santo", planeja.
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O prefeito anunciou que irá restaurar também o piso original da construção. "Aquele piso original foi sendo concretado, com várias camada de concreto ao longo dos anos, uma por cima da outra. Estamos retirando manualmente este concreto para que o piso original possa retornar em alguns locais. Ou seja, o valor artístico dele vai ser ainda mais elevado. Estamos retornando com o piso de quando o prédio foi construído. É a história do Espírito Santo que será recontada", destaca Pazolini.
Histórico
O Mercado da Capixaba foi criado como parte do programa de construção e remodelação da cidade de Vitória, no governo de Florentino Ávidos (1924-1928), sendo implantado na antiga Avenida Capixaba, atual Avenida Jerônimo Monteiro.
Ele foi inaugurado em 1926. Na década de 1920, a Avenida era o principal eixo de passagem que conectava a Ilha de Vitória à região sul da Capital aos municípios vizinhos, Cariacica e Vila Velha. Por essa razão, a via passou a abrigar, ao longo dos anos, importantes equipamentos institucionais e culturais, adotando desde o início um forte perfil comercial.
O Mercado foi originalmente construído para funcionar como mercado municipal de abastecimento, abrigando um entreposto de secos e molhados, carnes, frutas verduras e legumes frescos.
Até 1940, abrigou no pavimento superior o Hotel Avenida, voltado para a então Avenida Capixaba, à época o 'novíssimo bulevar da cidade' (de que se originou a Avenida Jerônimo Monteiro), e se transformou em uma referência na vida econômica e social da cidade de Vitória.
Numa segunda fase, nas décadas de 1950 e 1960, o pavimento do antigo hotel foi ocupado pelo auditório da Rádio Club do Espírito Santo. Na década de 1960, com a construção do Mercado da Vila Rubim, o mercado deixou de desempenhar sua função original, começando a mudar de uso.
Em 13 de setembro de 2002, o edifício sofreu um incêndio que começou numa loja de material esportivo. Desde aquele ano, o imóvel foi se deteriorando e até hoje está fechado.
Com informações da repórter Marla Bermudes, da TV Vitória/RecordTV