Pesquisa revela que 78% dos profissionais de saúde em todo o país apresentaram sinais de Burnout durante pandemia
Além disso, o levantamento mostrou que 70% dos profissionais de saúde que responderam a pesquisa eram mulheres
Folha Vitória|Do R7
Trabalhar no combate à covid-19 foi o fator que mais contribuiu para o esgotamento físico e mental dos entrevistados; levantamento embasado em metodologias científicas ouviu 3.613 participantes de todas as regiões do Brasil
Estudo com amostragem nacional realizado pela PEBMED, healthtech de conteúdo para médicos, recém-adquirida pela Afya Educacional, maior grupo de faculdades de medicina do Brasil, revela que 78% dos profissionais de saúde tiveram sinais de síndrome de Burnout no período da pandemia. A prevalência foi de 79% entre médicos, 74% entre enfermeiros e 64% entre técnicos de enfermagem. Síndrome de Burnout é um distúrbio psíquico de caráter depressivo, associado à atividade profissional, que causa esgotamento físico e mental intenso.
A pesquisa Burnout durante a pandemia avaliou a ocorrência do problema entre os profissionais de saúde e identificou fatores que contribuem ou atenuam a situação. Entre os dias 26 de junho e 6 de julho, o estudo ouviu 3.613 participantes, por meio de um questionário online com metodologia científica reconhecida, sendo que 2.932 eram médicos, 457 enfermeiros e 224 técnicos de enfermagem, de todas as regiões do Brasil.
A pandemia do novo coronavírus tem impactado a saúde mental da população e dos profissionais de saúde, principalmente daqueles que atuam diretamente na luta contra a doença. A pesquisa indicou que um dos fatores que contribuíram para o esgotamento dos profissionais de saúde foi trabalhar na linha de frente. A prevalência da doença é de 83% entre médicos que atuam na linha de frente do combate à covid-19, contra 71% naqueles que não têm trabalhado diretamente com a doença.
Alta carga horária e maior medo por contaminação dos familiares também contribuíram para o esgotamento físico e mental dos entrevistados. Além disso, o levantamento mostrou que 70% dos profissionais de saúde que responderam a pesquisa eram mulheres, que costumam acumular jornadas dentro de casa, além do trabalho.
"Os resultados são reflexo do impacto da pandemia na saúde mental dos profissionais de saúde da linha de frente, que têm passado pelas dificuldades impostas pela luta contra a covid-19. Muitas horas de trabalho, estresse e medo são recorrentes no dia a dia desses profissionais. Com a PEBMED, temos acesso ao maior público de médicos do Brasil e estes dados comprovam nossa preocupação e vão nos possibilitar a ajudá-los, com toda nossa expertise e conteúdo, neste momento tão difícil", revela o médico Eduardo Moura, um dos três fundadores da PEBMED.