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Presidente da Americanas renuncia após empresa identificar "rombo" de R$ 20 bilhões

Vendas das ações da empresa foram suspensas na Bolsa de Valores. Comissão de Valores Mobiliários abriu dois processos para investigar...

Folha Vitória|

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A Americanas informou nesta quarta-feira (11) que o seu presidente, Sérgio Rial, e o diretor de relações com investidores, André Covre, decidiram deixar os cargos. O movimento ocorre após a companhia detectar inconsistências em lançamentos contábeis estimadas em R$ 20 bilhões. Os executivos tomaram posse das posições na varejista há menos de 10 dias.

O conselho de administração nomeou interinamente João Guerra para diretor-presidente e diretor de Relações com Investidores. O executivo atua nas áreas de tecnologia e recursos humanos da Americanas e não tem envolvimento anterior na gestão contábil ou financeira, destaca o fato relevante divulgado há pouco.

Rial atuará ainda como assessor, apoiando os acionistas de referência da companhia no processo de apuração do ocorrido.

A notícia repercutiu no mercado financeiro. A B3 suspendeu as negociações das ações AMER3 nesta quinta-feira (12), às 13h45. Desde a abertura da Bolsa, as ações estavam em leilão para definir um preço inicial, mas não havia negociações de fato. No entanto, o leilão indicava queda de quase 90% por volta das 13h, negociadas a menos de R$ 2.

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O leilão é um mecanismo de defesa do mercado, que suspende as negociações comuns para tranquilizar momentos de variação bruta de papéis na B3.

Por volta de 14h05, foram retomadas as negociações das ações, mas foram colocadas em leilão novamente. A queda por volta das 15h era de quase 80%.

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A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu dois processos administrativos para investigar a Americanas nesta quinta-feira. Segundo o site da autarquia, um deles tem como algo a contabilidade da empresa; já o outro trata da divulgação do fato em si.

Problema se arrasta há anos, afirma Rial

Nesta quinta-feira (12), Rial disse que o problema que resultou em R$ 20 bilhões em inconsistências no balanço da empresa se arrasta por cerca de 7 a 9 anos. Ele participa de uma reunião fechada com clientes do BTG Pactual.

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Ele afirmou também que a companhia vai precisar de capital e que, para isso, os acionistas de referência já foram contactados e eles têm mostrado comprometimento com a varejista.

Rial afirmou que a inconsistência no balanço se relaciona a "risco sacado que não era lançado como dívida".

"Os R$ 20 bilhões são a melhor estimativa do que vimos em 9 dias, não chancelados por auditoria", acrescentou o executivo.

Segundo ele, essas incongruências na maneira de reportar a "conta fornecedores" não são um problema apenas da Americanas, mas se arrastam desde os anos 90 no setor, por conta de diferentes formas de reportar essa rubrica.

Comitê vai apurar inconsistências

Entre as inconsistências, a área contábil da companhia identificou a existência de operações de financiamento de compras em valores da mesma ordem acima, nas quais a Americanas é devedora perante instituições financeiras e que não se encontram adequadamente refletidas na conta fornecedores nas demonstrações financeiras de 30 de setembro do ano passado.

O conselho de administração decidiu criar um comitê independente para apurar as circunstâncias que ocasionaram as referidas inconsistências contábeis.

"Os acionistas de referência da Americanas, presentes no quadro acionário há mais de 40 anos, informaram ao Conselho de Administração que pretendem continuar suportando a companhia, tendo o Sr. Sergio Rial como seu assessor nesse processo, prestando apoio na condução dos trabalhos", diz ainda o documento.

* Com informações da Agência Estado

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