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Psiquiatra sugere 5 dicas para enfrentar a depressão de final de ano

Para o psiquiatra Cyro Masci, o final de ano pode ser um gatilho para o transtorno depressivo em quem possui predisposição. Já para outras pessoas pode trazer sentimentos de mal-estar, tristeza e melancolia, mesmo sem que o quadro de depressão clínica esteja presente. O psiquiatra sugere 5 dicas para enfrentar a depressão de final de ano.

Folha Vitória

Folha Vitória|Do R7

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As festas de final do ano em geral representam um momento de celebração e alegria, mas, para muitas pessoas, essa é uma época difícil e que pode provocar ou desencadear depressão. Para o psiquiatra Cyro Masci, “esse período pode ser um gatilho para o transtorno depressivo em quem possui predisposição. Já para outras pessoas pode trazer sentimentos de mal-estar, tristeza e melancolia, mesmo sem que o quadro de depressão clínica esteja presente”.

O psiquiatra oferece algumas sugestões para enfrentar essa época com mais saúde.

1. Solidão. “Não devemos confundir solitude, que é o desejo de isolamento voluntário, e é saudável, com a solidão, que é um estado de vazio interior relacionado ao desejo de ter companhia de pessoas e não ter. Muitas pessoas passam o final do ano com privacidade e em solitude, seja assistindo filmes, seja realizando algum tipo de meditação, sem que exista sofrimento. Já a solidão pode ser um fator desencadeante de tristeza e, se esse for o caso, é interessante programar algum tipo de atividade na companhia de outras pessoas nas festas de final de ano. Vale, por exemplo, participar de algum ritual religioso ou alguma atividade de voluntariado”, sugere Cyro Masci.

2. Comparações. Para Masci, “essa é uma época de balanço, de reflexão sobre o que se realizou e o que deixou de se realizar, além de pensar no novo ano que se aproxima. É preciso estar atento para a balança que se utiliza nessa ponderação de feitos e realizações. As imagens de um mundo amoroso e perfeito das redes sociais, das revistas, filmes e muitos programas de TV são totalmente enganosas. Elas distorcem o modo como enxergamos o mundo e ponderamos nossas vidas. O resultado pode ser uma sensação de insatisfação com a própria vida, um gatilho poderoso para a tristeza e a depressão. A sugestão é simples: não se compare com os outros. Uma boa alternativa é listar tudo que aprendeu no ano que se encerra, e lembrar de todos os momentos de dificuldade que conseguiu superar”.


3. Luto. O psiquiatra Cyro Masci afirma que “seja como consequência da pandemia, ou de outra forma, muitos perderam pessoas próximas. O luto é uma reação esperada diante de perdas significativas. O suporte religioso ou espiritual, independentemente do sistema de crenças adotado, é útil para muitas pessoas. Esse suporte pode tomar o formato de apoio de uma religião formal, na leitura de livros voltados para a espiritualidade ou algum ritual que traga conforto. Procure manter na mente que as perdas fazem parte da vida, e que o luto é um modo de encararmos essas perdas”.

4. Banalização. “Muitas pessoas, inclusive profissionais de saúde com formação deficiente, minimizam os sentimentos de tristeza na depressão. E, para piorar, oferecem conselhos inúteis, como o de que a depressão pode ser enfrentada somente com força de vontade ou afirmando que basta possuir crença em alguma força superior. Ou ainda banalizando e desvalorizando o sofrimento afirmando, por exemplo, que a depressão é só uma ‘tristezinha passageira’ ou um pouco de ‘falta de ânimo’. Em geral, orientações erradas, por mais bem intencionadas que possam eventualmente ser, são reflexo ou de dificuldade pessoal da pessoa que está oferecendo o conselho ou por pura falta de conhecimento técnico. Se for esse o caso, tente ignorar os ignorantes e procure orientação profissional”, orienta Masci.


5. Rituais. “Não existe nenhuma obrigação de seguir ritos pré-determinados socialmente como, por exemplo, um jantar que reúna multidões em casa, muitas vezes tendo que se tolerar companhia desagradável. Se esse tipo de ritual lhe faz bem, essa é uma excelente oportunidade para usufruir o afeto familiar, aproveitando todos os benefícios que o contato social pode trazer. No entanto, ninguém deve se sentir obrigado a nada. Se a situação ou evento traz um grau considerável de desconforto, ela não é saudável e pode ser abandonada. Experimente alternativas, como sair apenas com os membros próximos da família. Ou participar de algum voluntariado, distribuindo presentes e alimentos aos menos favorecidos. E se não encontrar nenhum evento com essas características, nada impede de criar um com essas características. Desviar a atenção das próprias dificuldades, assim como gerar a sensação de ser útil, são boas alternativas para enfrentar a tristeza que pode ocorrer nessa época”, pondera Cyro Masci.

O psiquiatra recomenda lucidez se for necessário procurar ajuda. “O pior inimigo da saúde mental ainda é o preconceito. Mesmo pessoas com ótima formação escolar ainda atribuem o sofrimento emocional e a busca de ajuda profissional como algum tipo de fraqueza. E é exatamente o oposto. É preciso uma boa dose de lucidez para enxergar a situação insatisfatória sem cair em autoengano, e muita coragem para tomar uma atitude e não se conformar em sofrer em silêncio e isolamento. Se a dor ou o incômodo emocional é persistente a ponto de prejudicar as atividades do dia a dia ou a qualidade de vida, é o momento de procurar ajuda profissional”, finaliza Cyro Masci.


Cyro Masci é médico psiquiatra em São Paulo, atua em clínica privada com abordagem integrativa, que une a medicina convencional com outras abordagens não convencionais.

Site www.masci.com.br

Instagram: @cyromasci

Linkedin: cyromasci

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