Quadrilha que aplicava golpes em contas bancárias já causou mais de R$ 230 mil em prejuízos
A quadrilha se apropriava de linhas telefônicas. O objetivo era ter acesso às contas bancárias das vítimas e roubar todo o dinheiro...
Folha Vitória|Do R7
Um homem suspeito de chefiar uma quadrilha criminosa foi preso em Vila Velha. O rapaz, de 27 anos, recrutava pessoas para participarem de uma organização que mudava a titularidade de linhas telefônicas para que criminosos tivessem acesso ao dinheiro das vítimas no aplicativo de um banco. De acordo com a polícia, o prejuízo já ultrapassou os R$ 230 mil.
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O suspeito detido foi identificado como Gustavo Souza Macedo Petter. Segundo informações da Polícia Civil, ele é o líder de uma organização criminosa responsável por uma sequência de estelionatos praticados não só no Espírito Santo, mas em todo o País.
Investigações começaram em 2020
O trabalho de investigação da polícia teve início quando uma operadora de telefonia apresentou uma notícia crime à Polícia Civil.
Com isso, uma investigação foi realizada nas cidades de Guarapari e Vila Velha. Segundo a operadora, criminosos estavam se apoderando das linhas telefônicas das vítimas.
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No decorrer das buscar, ficou comprovado que os criminosos, uma vez em poder de chips correspondentes às linhas telefônicas das vítimas, conseguiam obter os códigos de verificação necessários à instalação de aplicativos bancários.
Após ter acesso à conta bancária da vítima, eles conseguiam pegar todo o dinheiro. Essa organização criminosa atuava também em outros estados com ramificações até fora do Brasil.
Atuação criminosa tinha braços em outros países
A célula dessa organização criminosa que atuava no Espírito Santo era responsável apenas pela fase relacionada à obtenção fraudulenta dos chips correspondentes às linhas telefônicas.
Em seguida, a organização enviava para comparsas em atuação até mesmo fora do País os códigos de verificação recebidos via SMS, com o emprego dessas linhas. Com esses códigos, era possível, em boa parte das vezes, o acesso às contas das vítimas.
Em pouco menos de seis meses, o grupo criminoso conseguiu se apropriar de, aproximadamente, 1.000 linhas telefônicas com a ajuda de dois funcionários de empresa terceirizada situada em shoppings de Vitória e Vila Velha.
Funcionários já foram identificados
O primeiro desses funcionários, com a ajuda da operadora, foi identificado pela Delegacia de Crimes Cibernéticos ainda em 2020. Porém, na ocasião, não foi evidenciada toda a dimensão do crime e o referido infrator foi liberado mediante a lavratura de um termo circunstanciado.
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O segundo funcionário só foi identificado agora, com a conclusão das apurações e a realização da prisão de um dos líderes do grupo. A principal liderança da organização no Espírito Santo permanece foragida.
Demais acusados auxiliam a polícia nas investigações
Ao todo, dez pessoas foram indiciadas. Porém, a Polícia Civil pediu a prisão apenas das duas lideranças da célula capixaba da organização criminosa. Isso porque os demais envolvidos que tiveram participação menor no crime possuem bons antecedentes e colaboraram com as apurações.
O delegado adjunto da 2ª Delegacia Regional de Vila Velha, Guilherme Eugênio, explicou que a experiência revela que a Justiça dificilmente aceitaria prender, antes da conclusão do processo, esses infratores menos importantes na estrutura da organização criminosa.
"Embora se saiba que cerca de 1.000 pessoas foram vitimadas pela célula local dessa organização, toda com atuação em Vila Velha, apenas 24 delas foram identificadas. Nenhuma delas é do Espírito Santo. Trata-se de moradoras de dez outros estados da federação", contou o delegado
Com a ajuda das polícias civis de outros dez estados e da instituição bancária, foi apurado que apenas seis das 24 vítimas identificadas chegaram a reportar ao banco ou à Polícia Civil a invasão nas contas bancárias delas. Ao todo, o prejuízo ultrapassa os R$ 230 mil.
A organização é dividida em três funções:
> Recrutadores: aliciam os demais personagens e não aparecem diretamente na ação criminosa, além de não terem seus nomes vinculados a essa atividade e se exporem a um risco menor.
> Ativadores: são os funcionários da operadora que promovia a transferência fraudulenta da titularidade de linhas telefônicas a integrantes da organização.
> Atores: assumem a titularidade da linha telefônica e comparecem na loja para ter o chip fraudulentamente obtido.