Reabertura segura das escolas deve ser prioridade, defende representante do Unicef no ES
Estudo da Unicef aponta que 77.967 estudantes do Estado, com idades entre 6 e 17 anos, abandonaram os estudos em 2020 devido à pandemia
Folha Vitória|Do R7
Um estudo recente divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostrou que 77.967 estudantes, com idades entre 6 e 17 anos, abandonaram os estudos no Espírito Santo em 2020.
Em entrevista à Pan News Vitória, a coordenadora do Escritório do Unicef do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, Immaculada Lopez Prieto, destacou que neste período de pandemia, as escolas precisam ser as últimas a fecharem e as primeiras a reabrirem.
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"Não podemos nos acostumar com os alunos fora das escolas e que elas continuem fechadas por muito tempo. Precisamos nos inquietar com essa situação".
Para Immaculada, a reabertura segura das escolas deve ser prioridade neste momento. "Claro que é preciso respeitar a situação sanitária de cada município. O Unicef, pelo site, oferece orientação para tornar a escola segura para os alunos e funcionários", disse.
A representante do Unicef destacou que manter as escolas fechadas traz um impacto muito grande, principalmente, para as crianças que estão nos primeiros anos escolares.
"Nosso estudo mostrou que as crianças de seis a 10 anos foram as mais impactadas com o ensino remoto, justamente no período da alfabetização. Se a gente não reverter isso com a reabertura segura das escolas, corremos o risco de impactar toda uma geração", salientou.
Ouça a entrevista completa:
CRM-ES E AMES
O Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) e a Associação Médica do Espírito Santo (Ames) se manifestaram a favor da volta às aulas presenciais no Estado nesta sexta-feira (07). A defesa das entidades acontece no dia em que o governador Renato Casagrande ir´á apresentar o novo mapa de risco, que trará a nova classificação das cidades com base no contágio do novo coronavírus.
Diante de opiniões divergentes sobre o retorno, o CRM-ES e a Ames afirmaram que as decisões em relação à reabertura das escolas devem ser tomadas com base em critérios técnicos e científicos e que as consequências do fechamento por tempo prolongado das escolas devem ser levadas em consideração.
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No texto, as entidades ressaltam que estudos apontam que crianças e adolescentes são menos suscetívieis à covid-19, apresentando quadros mais leves do que a população adulta. Segundo o documento, isso pode mostrar a baixa possibilidade de que eles sejam fontes primárias de infecção em domicílios.
As entidades destacam que a falta de aulas presenciais pode prejudicar o desenvolvimento socioemocional e repercutir nas habilidades sociais que ocorrem entre crianças, com mediação de um adulto, sendo este o professor. O texto ainda lembra das crianças em maior vulnerabilidade social, que têm menos acesso à educação a distância.