Rompimento de barragem em Barão de Cocais pode causar estrago maior que o previsto
Segundo o engenheiro, “se essa onda trouxer consigo objetos como troncos ou até mesmo caminhões, ela terá uma densidade ainda maior de rejeitos
Folha Vitória|Do R7
Com previsão de rompimento da barragem até o próximo sábado (25), da Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, a 93 km de Belo Horizonte, um núcleo de pesquisadores e alunos com formações diversas, afirma que o estrago deve ser maior do que o relatório apresentado pela Vale, empresa responsável.
Bruno Milanez, professor do Departamento de Engenharia da Produção da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), faz parte do Poemas (Grupo Política, Economia, Mineração, Ambiente e Sociedade), núcleo que fez o estudo.
“O modelo que usaram foi baseado em onda de água, considerando a altura do rejeito e a velocidade. No entanto, o rejeito terá uma densidade maior, porque ao longo do trajeto a onda carregará também os objetos que estiverem pelo caminho”, disse à Agência Brasil.
Segundo o engenheiro, “se essa onda trouxer consigo objetos como troncos ou até mesmo caminhões, ela terá uma densidade ainda maior de rejeitos. Dessa forma, o potencial de destruição nas áreas amarela e verde [áreas que segundo o estudo não seriam atingidas ou seriam parcialmente destruídas] seria ainda maior”.
A Vale se posicionou dizendo que "no prazo fixado pela determinação judicial, apresentou o relatório mais atualizado de dam break da Barragem Sul Superior, explicando naquela oportunidade a adequação dos critérios técnicos”.
Maria Júlia Andrade, coordenadora nacional do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), questiona a forma como a Vale tem se posicionado.
“Esse problema já existia, mas ele só veio à tona agora. E o maior problema é que esta cava está localizada muito perto, cerca de 300 metros, da barragem que já estava em risco máximo há mais de três meses", disse a coordenadora.
Com informações do portal R7