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Voluntária do IAB doa medula óssea e salva a vida de menina no Pará

A publicitária Flavia Bicalho se cadastrou como doadora, em 2015, e, no ano seguinte, descobriu que sua medula era compatível com a de Luana Vitória

Folha Vitória

Folha Vitória|Do R7

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Um simples ato de solidariedade ajudou a salvar uma vida a mais de 3 mil quilômetros de distância. Há cerca de quatro anos, a publicitária capixaba Flavia Bicalho resolveu se cadastrar como doadora no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). Cerca de um ano depois, seu gesto nobre salvou a vida da menina Luana Vitória, hoje com 14 anos e moradora da cidade de Tucuruí, no interior do Pará. A menina tinha um tipo grave de leucemia e precisava receber uma nova medula óssea.

O cadastro de Flavia foi feito, em agosto de 2015, no Hemocentro do Espírito Santo (Hemoes), em Vitória. A publicitária, que trabalha no setor de marketing da Buaiz Alimentos e, nos momentos de folga, também atua como voluntária para o Instituto Americo Buaiz (IAB), conta que já tinha o hábito de doar sangue, mas naquele dia não conseguiu fazer a doação.

"Eu estava tomando uma medicação na época e, por isso, não pude doar sangue no dia. Mas um segurança do Hemoes me abordou e sugeriu que eu me cadastrasse no Redome. E foi o que fiz. Logo depois do cadastro, eles coletaram uma amostra do meu sangue para cruzar meus dados com os de um possível receptor", conta.

Cerca de um ano depois, a surpresa: Flavia recebeu a notícia de que sua medula óssea poderia ser compatível com uma paciente que necessitava da doação. "Retornei ao Hemoes para fazer uma nova coleta de sangue, para um novo teste de compatibilidade. Um mês depois, saiu o resultado, que confirmou que minha medula era compatível com a dessa pessoa".


O próximo passo foi viajar para Belo Horizonte, onde a publicitária realizou uma bateria de exames minuciosos na Santa Casa da capital mineira, para checar se suas condições de saúde permitiam que ela se submetesse ao procedimento de coleta da medula. Segundo ela, todos os custos da viagem para BH foram bancados pelo Governo Federal.

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"Essa bateria de exames aconteceu em outubro [de 2016]. Em novembro, eu voltei lá para pegar os resultados e conversar com os médicos responsáveis pelo procedimento e, no início de dezembro, internei para fazer a coleta. É um procedimento simples, feito por meio de punção e que não é invasivo. Fiquei no hospital por cerca de dois dias e saí de lá andando normalmente. Inclusive, aproveitei para fazer um passeio pela cidade", lembra.


No entanto, na época Flavia não pôde saber para quem seria destinada sua medula óssea, já que uma das regras do Redome é que, no caso de o doador e o receptor não se conhecerem, esse contato só poderá ser feito a partir de um ano e meio após o transplante. Isso se ambos concordarem com isso.

"Um ano e meio depois, entrei em contato com o Redome e disse que desejava conhecer a pessoa que havia recebido a medula. Eles entraram em contato com o paciente e fizeram a revelação de sua identidade pelo telefone. Uma psicóloga do Redome disse que era uma criança que, se não me engano, tinha 12 anos, e me passou o contato da mãe dela. Só que antes de eu fazer a ligação, a mãe dela já me ligou. Não conseguimos conversar direito, porque as duas não paravam de chorar", conta.


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A partir daí, segundo a publicitária, ela e Luana passaram a se falar diariamente, até que resolveram marcar um encontro pessoal. O local escolhido foi a cidade de Luana, localizada a 458 km de Belém.

"Começamos a nos falar em julho do ano passado e, a partir dali, comecei a pesquisar preços de passagens aéreas para Belém. Este ano surgiu uma oportunidade e fui para lá, com minha mãe, em abril. A recepção foi ótima! A família dela foi até o aeroporto me buscar, levamos quase 12 horas para chegar na cidade dela, já que, na época, a ponte lá estava quebrada, então precisamos fazer uma travessia de balsa. Ficamos lá por três dias".

E um novo encontro já tem data para acontecer. A previsão é que, dessa vez, Luana venha ao Espírito Santo, no final de julho. E, para que esse reencontro aconteça, Flavia iniciou uma campanha para arrecadar o dinheiro necessário para custear a viagem da família da nova amiga.

"Hoje ela está com 14 anos e faz 15 no início de agosto. A ideia é que ela venha para cá para comemorarmos juntas o aniversário dela. Ela está doida para conhecer Vitória. Já até comecei a fazer uma 'vaquinha' para ajudá-la a vir, já que ela é de uma família humilde e o valor da passagem aérea é alto.

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