A compra fraudulenta de respiradores pelo Governo do Amazonas, um dos estados com maior número de mortes por conta da pandemia da covid-19 no Brasil, deflagrou uma crise política no estado com a abertura de um processo de impeachment contra o governador Wilson Miranda Lima (PSC). Segundo a RecordTV, a compra de 28 respiradores no total de R$ 2,9 milhões foi feita de uma loja de vinhos, virando o estopim para o pedido de afastamento aceito na Assembleia Legislativa do Amazonas.Coronavírus: aumento de mortes em casa chega a 149% no Amazonas Além da aquisição ter sido feita em um estabelecimento que não deveria comercializar equipamentos médicos, o valor foi mais caro do que o proposto por uma outra empresa ao governo, que ainda oferecia 5 unidades de respiradores a mais, por um preço menor do que o negociado pelo governo. Quando a fraude foi descoberta, uma entidade de médicos do Amazonas protocolou o pedido de impeachment, que foi aceito na Assembleia Legislativa. O Tribunal de Contas do Amazonas também decidiu investigar o processo de compra dos respiradores. "O pedido de impeachment é inoportuno, não tem fundamento e está contaminado por questões eleitorais", afirmou Wilson Lima em nota enviada para a RecordTV.Baixa aprovação A crise política pelo processo de impeachment se agravou com uma insatisfação da população amazonense com o governador, que em pesquisa do instituto Realtime Big Data, encomendada pelo grupo Diário em parceria com a RecordTV, que apontou este alto índice de reprovação. Na pesquisam 72% dos entrevistados desaprova o trabalho de Wilson Lima, 17% aprova e 11% não sabem ou não responderam. Com o início da epidemia do coronavírus no Amazonas, o índice ficou pior, sendo que 80% desaprovam as ações do governador, 16% aprovam e 4% não sabem ou não responderam. Este cenário refletiu que 70% da população do estado aponta ser favorável ao impeachment do governador do Amazonas, apenas 22% são contra e outros 8% não sabem ou não responderam.