Aline Silva e a luta de vencer no esporte em que homens são maioria
Gazeta Digital|Do R7
Mais do que uma atleta de sucesso e medalhista de prata nos Jogos Pan-Americanos, o que se viu nas lutas de Aline Silva no wrestling foi uma mulher forte e bem sucedida.
“Isso é fruto da minha vida. Fui criada por uma mãe solteira, negra e que teve muita dificuldade para me criar”, lembra a brasileira.
A vida de luta de Aline começou ainda menina. Perto dos 11 anos, ela não ouvia muito Dona Lidia, a mãe dela, e ficava muito nas ruas da zona sul de São Paulo até que o esporte entrou em sua vida. “Só aprendia coisa errada na rua. O esporte me salvou e me trouxe para o caminho certo”.
Mas não pense que foi tão simples. Ela escolheu fazer judô e a família não a incentivou. “Quando comecei em um esporte de luta, eu não fui encorajada. Ao contrário, minha família falava: isso é esporte de homem, você vai virar mulher macho”, lamenta Aline.
Depois de ser a primeira brasileira com medalha em campeonato mundial, com três medalhas nos Pan-Americanos (duas pratas e um bronze), e uma participação nas Olimpíadas do Rio 2016, ela entrou em outra batalha: lutar pela igualdade de gênero e pelo fim do machismo.
“Eu só ganhei essa medalha para poder inspirar outros jovens, para poder mostrar um caminho que deu certo, porque o esporte ensina a vida. Se eu ganhar e ficar calada e não fizer o que está ao meu alcance por todas as mulheres do Brasil, não me serviu de nada”, garante a brasileira.
Aline reconhece que escolheu um esporte muito voltado para o homens. O wrestling é dividido em duas modalidades: luta greco-romana e luta livre, 12 categorias são masculinas e apenas a metade é feminina.