Empresa que atestou segurança de barragem afirma ter pedido reparos
Gazeta Digital|Do R7
O relatório da consultoria alemã Tüv Süd, que atestou a estabilidade da barragem que rompeu em Brumadinho (MG), mostra que a base da estrutura estava no limite de segurança previsto pelas normas do País.
Em visita a campo, a equipe encontrou 15 pontos que exigiriam atenção, como necessidade de um novo radar e medidores de pressão na estrutura. O documento foi concluído em agosto de 2018. A Vale disse que fazia inspeções constantes — a última em 22 de janeiro, três dias antes do colapso.
O último balanço, da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, apontou que 134 pessoas morreram e 199 ainda estão desaparecidos. Mais de 400 agentes integram as equipes de resgate que trabalham na lama em Brumadinho.
O documento foi apresentado pelo advogado Augusto de Arruda Botelho, que defende os dois técnicos da empresa presos pela investigação no dia 29, o coordenador do projeto, Makoto Namba, e o consultor em geotécnica, André Jum.
Mostra que os profissionais fizeram uma série de recomendações à Vale sobre a barragem, mas atestaram a segurança.
Na semana passada, a Justiça decretou a prisão temporária por 30 dias de Namba e Jum por suspeita de homicídio qualificado, crime ambiental e falsidade ideológica. Três funcionários da Vale — César Augusto Grandchamp, Ricardo de Oliveira e Rodrigo Arthur Melo — também foram detidos. O documento de 265 páginas, elaborado com base em informações fornecidas pela Vale, análises técnicas e vistorias de campo, indica que a apresentação inicial aconteceu em novembro de 2017. A partir daí, foram feitas reinterpretações de ensaios, inclusão de medidas e revisão de dados entre maio e agosto de 2018.