Arraia, devido seu formato ser semelhante ao de uma raia ou papagaio por sua variedade de cores e rapidez no voo e, assim, segue com diversos outros nomes que muda de acordo com cada região. Aqui em Mato Grosso é mais conhecida como pipa ou pandorga.
Criada nos anos de 1596 com intuito de anunciar quando um perigo se aproximava, hoje é um instrumento de lazer que colore o céu das mais lindas cores e formatos. O público que pratica esse tipo de brincadeira varia de idade e de sexo, quando menores, as meninas enfrentam o sol e arriscam subir e empinar uma pipa. Já os meninos, quanto mais velhos, maior é a disputa para torar a pandorga um do outro, além de participarem de diversos torneios, na disputa de qual pipa voa mais alto.
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O pai do Anthony de Carvalho, 6, Cleverson Luiz Pereira de Souza, 30, relembra os bons tempos de soltar pipa na sua infância e conta a emoção de curti essa sensação hoje com o filho.
“Confesso que antigamente era mais top, aquela aventura de correr atrás da pipa com vara de taquara era muito boa, antes era mais difícil ter uma pipa, a gente não comprava em qualquer esquina, cada um fazia sua. Até hoje o que eu mais gosto em soltar pipa é na parte de empinar, topar e aparar. E agora eu tenho o prazer de fazer isso com meu filho Anthony . Fico de cara quando vejo ele subindo sozinho a pipa dele. É claro que ele não sabe que na minha época não tinha essa facilidade que hoje ele tem de comprar pronto, mas mesmo assim eu ainda gosto muito dessa sensação, é muito top. Eu amo ver o sorriso dele quando a gente topa e apara uma pandorga é muito divertido”, contou.
As pipas tradicionais são feitas com taquarinha, papel de seda, cola e linha. Porém, agora possui outras mais resistentes que são feitas de fibra e encapadas com papel de plástico, elas são mais difíceis de ser rasgada ou quebrada.
O tamanho sempre varia do gosto, do valor ou da idade do consumidor. Como por exemplo, as crianças de 4 a 8 anos preferem pandorgas menores, tanto pelo valor quanto pela facilidade de subir uma pipa pequena.
Já os clientes maiores preferem desde uma linha pronta para o corte quanto uma pipa maior e mais resistente. Além dos tamanhos, há outros detalhes que também que são fundamentais, como as rabeiras, os tipos de linhas e os potes ou carretilhas.
A procura por esse produto é mais frequente no fim de semana e no período que as crianças estão de férias da escola, no caso no meio e no fim do ano. Mas, mesmo assim, não deixa de ser uma boa fonte de renda.
Empreendedorismo
“Eu tive essa ideia no início do ano, toda vez que eu chegava do trabalho eu avistava os moleques soltando pipa aqui na frente da minha casa, dava uma pena quando um eles perdiam a pipa no ar, o local onde eles compravam pipa era muito longe, então resolvi vender aqui na minha residência. Assim, eles me ajudam com uma grana extra e eu os alegro facilitando a venda de pipa para essas crianças”, conta a jovem empreendedora Allayne Ferreira.
A moça, que começou os trabalhos no início de 2019, conta também que está sendo um sucesso a venda das pipas. Ela vende para todos os públicos e tem a ajuda da mãe no período que está no trabalho e, assim, elas seguem com o pequeno comércio.
Valores
A brincadeira inicia com valores bem em conta, como por exemplo, a menor pipa equivale a R$ 1,00, porém o valor aumenta conforme os acessórios e necessidades do consumidor. Para subir uma pipa e poder efetuar a “tora no ar”, é preciso uma pandorga maior no valor de R$ 5,00 mais ou menos. Além disso, é preciso também uma rabeira longa no preço de R$ 1,50, uma linha resistente.
Já as linhas chegam até R$ 35,00. É necessário também escolher por sua carretilha ou pote para linha, a diferença, além do valor, é que a carretilha facilita a rapidez do enrolar da linha. Os valores são de R$15,00 a R$100,00.
Questionado sobre como é o consumo dos clientes na loja do Luan Pipas, o atendente Charles Bezerra da Silva surpreende o #GD ao informar quem é o seu maior público.
“Meu público alvo hoje são os homens adultos, eles levam o kit completo, não se importam com valor, ao contrário das crianças, eles preferem a qualidade, além de comprarem com muita frequência para participarem de festival de pipas”, contou.