IBGE: 9 em cada 10 famílias de baixa renda não viajaram em 2024
Levantamento mostra que falta de dinheiro foi apontada como motivo para não viajar em 24,6 milhões (39,2%) de lares brasileiros
Cidades|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília
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Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Em 2024, quase 90% dos domicílios brasileiros com renda de até meio salário mínimo per capita não realizaram viagens, segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua – Turismo, divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira (2). Apenas 10,4% dessas famílias conseguiram viajar no período de referência.
O contraste com os domicílios de maior renda é significativo. Entre aqueles com quatro ou mais salários mínimos per capita, 45,7% tiveram ao menos um morador viajando.
Já nos domicílios com renda de 2 a 4 salários mínimos, a taxa foi de 21,4%.
A principal barreira para o turismo no país segue sendo financeira. A falta de dinheiro foi apontada como motivo para não viajar em 24,6 milhões de lares — o equivalente a 39,2% dos domicílios que não tiveram deslocamentos.
Nas famílias de baixa renda, mais da metade (55,3%) citou a restrição orçamentária como razão.
Entre os mais ricos, a justificativa mais frequente foi a falta de tempo, especialmente nos domicílios com renda acima de dois salários mínimos per capita.
Perfil das viagens
Das viagens realizadas em 2024, 85,5% foram pessoais e 14,5% profissionais. Entre os motivos pessoais, o lazer ultrapassou visitas a parentes e amigos pela segunda vez consecutiva: 39,8% contra 32,2%, respectivamente.
Viagens por tratamento de saúde ou consulta médica representaram 20,1% do total.
O lazer mais buscado pelos brasileiros foi sol e praia (44,6%), seguido por cultura e gastronomia (24,4%) e natureza/ecoturismo/aventura (21,7%).
A preferência por sol e praia vem caindo desde 2020, enquanto viagens culturais cresceram quase 10 pontos percentuais no período.
A maioria das viagens teve pernoite (76,9%), com destaque para as de 2 a 3 noites, que somaram 5,9 milhões de deslocamentos. As hospedagens mais frequentes foram em casa de parentes ou amigos (40,7%) e em hotéis, resorts ou flats (18,8%).
Destinos e transporte
O Sudeste concentrou tanto a origem (43,9%) quanto o destino (41,2%) das viagens. O Nordeste foi o segundo principal destino (27,4%), seguido pelo Sul (17,6%), Centro-Oeste (7,5%) e Norte (6,3%).
As viagens internacionais cresceram 11,1% em 2024, alcançando 688 mil deslocamentos.
Quanto ao transporte, os carros particulares seguiram como principal meio (50,7%). As viagens de avião ganharam espaço e representaram 14,7% do total, enquanto as de ônibus de linha caíram para 11,9%.
Gastos médios
O gasto médio por viagem nacional com pernoite foi de R$ 1.843, alta de 8% em relação a 2023. O maior gasto médio foi registrado no Centro-Oeste (R$ 2.182), puxado pelo Distrito Federal (R$ 3.090). Já o menor foi no Nordeste (R$ 1.206), apesar de a região ter sido o segundo maior destino.
Segundo a pesquisa, famílias com menos de meio salário mínimo gastaram, em média, R$ 864 por viagem, enquanto as de renda superior a quatro salários mínimos desembolsaram R$ 2.860 – 3,8 vezes mais.
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