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Kiss: defesa de réus usa último momento para pedir absolvição

MP-RS critica atos da defesa e insiste em dolo eventual. Acusação enfatizou superlotação da boate e falta de extintores

Cidades|Fabíola Perez, do R7, em Porto Alegre (RS)

Defesa de Luciano Bonilha durante julgamento de réus da boate Kiss
Defesa de Luciano Bonilha durante julgamento de réus da boate Kiss

Os advogados de defesa dos réus acusados de serem responsáveis pelo incêndio da boate Kiss usaram o tempo de tréplica, nesta sexta-feira (10), para voltar a pedir a absolvição ou a desclassificação do crime de homicídio doloso para homicídio simples, culposo ou outros tipos de crime, como o de incêndio. A tréplica ocorreu depois das duas horas concedidas à réplica do Ministério Público e Assistência de Acusação.

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A advogada Tatiana Borsa pediu, durante a tréplica, a absolvição de Marcelo de Jesus dos Santos. “Ele não foi lá para matar, ele foi lá para se divertir. O Marcelo foi, sim, para se divertir, para dar alegria, ele jamais foi indiferente àquelas crianças que estavam lá. Ele jamais imaginou que pudesse acontecer alguma coisa com qualquer uma daquelas pessoas. Absolvam o Marcelo para que ele possa voltar a ter um pouquinho de vida, porque ele nunca mais será o Marcelo de Jesus dos Santos. Ele será para sempre o Marcelo da Kiss.”

Mauro Cipriano, advogado do réu Mauro Hoffmann, criticou a exposição do Ministério Público e disse ainda que o órgão “tem alguma responsabilidade”. Segundo a linha de argumentação da defesa do réu, a tragédia aconteceu porque quem deveria fiscalizar não fiscalizou. Cipriano disse ainda que o inquérito foi feito com pressa. “O Mauro só está nesse processo pelo que ele não fez, e não pelo que ele fez. Esse material só serve para autopromoção da promotora”, disse ele, ao se referir a Lúcia Callegari.

O terceiro a fazer a tréplica foi Jean Severo, advogado de Luciano Bonilha. Ele, que na noite desta quinta-feira (9) rasgou o livro O Crime Doloso, do advogado e assistente de acusação David Medina da Silva, pediu aos jurados a absolvição do produtor dos shows da banda Gurizada Fandangueira. “Julgar é um ato complexo, de alta dificuldade. Hoje, vocês definem a vida de quatro pessoas: uma condenação define a vida daquele menino”, disse ele, ao se referir ao réu.

“Se quiserem condenar, condenem da maneira certa, por desclassificação. Muitos outros órgãos deveriam estar aqui. O Rio Grande do Sul é um estado justo”, finalizou. Severo foi atendido pela equipe de enfermeiros do Foro Central.

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